Nos EUA, negros reagem a polícia racista

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Foto: Nicholas Pfosi/Reuters

Milhares de pessoas participaram na noite de quinta-feira 29 do terceiro dia consecutivo de protestos em Minneapolis, nos Estados Unidos, pela morte de George Floyd, um negro de 40 anos durante uma abordagem policial. Durante as mobilizações, uma delegacia foi incendiada e foram registrados motins e saques.

Os protestos aumentaram depois que o promotor do condado de Hennepin – com jurisdição sobre Minneapolis – Mike Freeman anunciou não ter intenção, neste momento, de acusar ou prender o policial responsável pela morte de Floyd, Derek Chauvin. Durante o dia, os atos ocorreram não apenas em Minneapolis, mas também na vizinha St. Paul.

“Existem outras provas que não suporta uma acusação criminal. Precisamos ponderar todas essas provas para chegar a uma decisão consistente, e estamos fazendo o melhor que podemos”, disse Freeman.

Pouco ajudou a acalmar os ânimos. O comandante da polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, que já demitiu Chauvin e outros três policiais envolvidos, pediu desculpas à família de Floyd.

Já o governador de Minnesota, o democrata Tim Walz, ativou a Guarda Nacional – um corpo militar da reserva -, que enviou 50 soldados pela cidade antes de ser confirmado após uma nova noite de caos. É a primeira vez em 34 anos que Minnesota ativa a Guarda Nacional em protestos.

A noite foi marcada por saques e incêndios, enquanto milhares de manifestantes se reuniam em uma delegacia, fazendo um símbolo do protesto pela morte de Floyd. A certa altura, os manifestantes conseguiram incendiar a delegacia, que ardeu em chamas com a celebração de muitos, que até lançaram fogos de artifício.

Em uma mensagem no Twitter, a prefeitura de Minneapolis pediu aos manifestantes que se retirassem da área na possibilidade do “prédio explodir”, pois em seu interior haveria material explosivo.

Floyd morreu na noite da última segunda-feira após ser preso por suspeita de tentar usar uma nota falsa de 20 dólares em um supermercado. Nos vídeos gravados pelos transeuntes, Chauvin aparece com o joelho no pescoço por minutos.

“Por favor, por favor, por favor, não consigo respirar. Por favor”, dizia Floyd, enquanto era sufocado. O “não consigo respirar” de Floyd tornou-se o grito de protesto que expõe a violência policial contra os negros nos Estados Unidos.

Um jornalista negro e a sua equipe foram detidos nesta sexta-feira, 29, enquanto faziam a cobertura dos protestos em Minneapolis, nos Estados Unidos, para a emissora CNN. Omar Jimenez foi algemado pelos policiais durante uma transmissão ao vivo mesmo depois de ter se identificado.

A rede americana afirmou que a prisão de seus três funcionários é uma clara violação de direitos. A equipe foi liberada pouco tempo depois.

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