Bolsonaro perde Argentina para China
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A Bloomberg despacha que as compras chinesas de soja brasileira voltaram a crescer “para tirar proveito do produto barato devido à safra abundante e à desvalorização da moeda”, o real. Prevê mais um mês assim.
Vale também para a Argentina, até mais. “China tira do Brasil o posto de maior parceiro comercial”, noticiaram Clarín e a agência Telam, destacando o salto de 50% nas compras chinesas dos produtos argentinos, sobretudo soja e carne bovina. O site Infobae arrisca que a mudança deve valer para o ano todo.
Pesa também, para tanto, “o colapso do comércio com o Brasil”. Segundo o Ámbito Financiero, as exportações para o vizinho, em meio à pandemia, “atingiram o seu pior nível em 16 anos”.
O jornal financeiro publicou longa entrevista com o embaixador chinês em Buenos Aires, Zou Xiaoli, que posteriormente se encontrou com o ministro da Agricultura para formalizar a liberação da compra de novos produtos, de limão e grão de bico a outras carnes.
A edição semanal da Caixin, de Pequim, dá capa para os protestos que “fazem tremer os EUA”, mas abre com editorial saudando o anúncio, pelo primeiro-ministro Li Keqiang, de que o país decidiu priorizar a “participação na Parceria Transpacífica” –que vai de Cingapura ao Chile, passando pelo Japão, e foi recusada por Donald Trump.
“Diante de ameaças [dos EUA], a melhor resposta da China é se abrir e integrar mais ao mundo”, destaca a respeitada revista editada por Hu Shuli, “a mulher mais perigosa da China”, no dizer da Economist.
Com despachos próprios ou de agências como Reuters, AP e AFP, jornais como Washington Post, o alemão Die Zeit, o indiano Hindu e o Straits Times, de Cingapura, noticiaram que o “Brasil remove dados da vista do público, escondendo o alto número de mortos”.
Sob o título “Bolsonaro desperta temor pela democracia brasileira”, o Financial Times destaca em editorial que as “instituições civis fortes são a última linha de defesa”, listando Supremo, Congresso e a “mídia vibrante”.
Mas alerta que ele “amontoou” o governo de oficiais militares, entre eles o general Augusto Heleno, que fez “ameaça” ao Supremo.
Cinco dias após publicar o artigo “Mande as tropas”, de um senador, o editor dos textos de opinião do NYT, James Bennet, deixou o jornal.
“Vimos uma quebra nos processos de edição, e não foi a primeira”, justificou o publisher, A. G. Sulzberger. Segundo o site Daily Beast, Bennet admitiu em encontro com a Redação que sua equipe pautou o texto, além de dar o título, e que ele próprio não leu.
Trump defendeu o artigo “excelente” do senador republicano e voltou a chamar o NYT de “Fake News!!!”.