Maia diz que gabinete do ódio vai continuar

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Foto: REUTERS/Adriano Machado/File Photo

Nomeado por Jair Bolsonaro para o Ministério das Comunicações, o deputado Fabio Faria (PSD-RN) tem uma relação estreita com a cúpula do Congresso. Apesar de dialogar e contar com a simpatia de parlamentares de vários partidos, inclusive do centrão, ele não é visto na Câmara como uma pessoa capaz de conter os ataques de integrantes do “gabinete do ódio”.

Alvo de investigação da CPI das Fake News, a estrutura é definida por ex-aliados do governo como uma reunião de pessoas que têm o objetivo de pressionar e destruir reputações de adversários. Publicamente, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), elogiou a nomeação de Fabio Faria para comandar tanto a política do setor quanto a estratégia de comunicação do Planalto. A aliados, no entanto, disse não acreditar que o deputado possa interferir nas ações coordenadas de ataques às instituições.

Fabio Faria deve atuar para estabelecer uma relação menos tensa entre o governo e a imprensa. Nesta quinta-feira, em entrevista à Rádio Bandeirantes e à Globonews, Maia enalteceu a escolha do deputado.

— Ele é um deputado muito querido na Câmara e temos uma boa relação. Foi uma boa escolha do presidente. Ele tem uma grande capacidade de diálogo. É um ministério fundamental para o futuro, assim como a Ciência e Tecnologia e pode ajudar na relação com o governo e a sociedade civil — disse Maia.

Nesta quinta-feira, o colunista do GLOBO Lauro Jardim informou que a escolha de Fabio foi feita por Jair Bolsonaro, mas teve a concordância de Carlos Bolsonaro, responsável pela comunicação nas redes sociais do pai durante a campanha eleitoral. Carlos, segundo o colunista, passou a maior parte de quarta-feira no Palácio do Planalto e participou de todo o processo. Tanto da escolha de Fábio Faria quanto da transferência da Secretaria de Comunicação para a nova pasta.

A aliados, o presidente da Câmara disse que o parlamentar deve retomar as regras de distribuição de publicidade do governo. As diretrizes foram alteradas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. O novo ministro é casado com a filha de Silvio Santos, a apresentadora Patrícia Abravanel. Mesmo com relação próxima ao SBT, Maia não vê conflitos de interesse.

Responsável por fazer a distribuição das verbas de publicidade, a Secom estava no centro de contestações ao governo federal pela distribuição de propaganda pública a sites apontados pela CPI das Fake News como veiculadores de notícias falsas e conteúdo inadequado.

O Globo