Ministério da Saúde diz que acompanha possível “reinfecção”

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Foto: Breno Esaki/CB/D.A Press

O Brasil não tem até o momento nenhum caso de reinfecção pela covid-19 confirmado até o momento, afirmou o Ministério da Saúde em coletiva de imprensa desta quarta-feira (26/8). Por outro lado, a possibilidade desse novo cenário não é descartada pelas autoridades e, por isso, a pasta disse acompanhar de perto as investigações feitas pelas secretarias de saúde estaduais.

“No Brasil a maioria dos casos (de reinfecção) que têm sido investigados até o momento apontam para a ocorrência de resultados falsos positivos”, afirmou o diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, Eduardo Macário.

Macário explicou que o falso positivo pode surgir a partir da detecção de partículas inertes virais, que não tem capacidade de transmissão, mas podem ficar presente dentro do organismo por um período de até 40 dias. “Quando é feito o segundo RT-PCR dentro dessa faixa de tempo se identifica essa partícula inerte e acaba dando um resultado falso positivo”, esclareceu.

Mesmo assim, os técnicos da pasta reiteraram a necessidade de acompanhar a situação e detalharam o procedimento pelo qual os casos suspeitos devem ser submetidos. “É importante ressaltar que o Laboratório Central de saúde pública precisa ser acionado em todos os casos que recaiam nessa suspeita e ele deve encaminhar as amostras para os três laboratórios de referência nacional para a covid-19”, indicou a diretora do Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância em Saúde Substituta, Greice Madeleine do Carmo.

Isso é necessário já que somente os três laboratórios de referência nacional (Fiocruz, Instituto Adolfo Lutz e Instituto Evandro Chagas) realizam algumas técnicas laboratoriais para identificar se os vírus são realmente diferentes, como o sequenciamento genético.

No Brasil há pelo menos 20 suspeitas de novas infecções após os pacientes terem sido considerados curados da covid-19. Os casos são investigados pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sendo 16 suspeitas em São Paulo e outras quatro no Rio de Janeiro.

A primeira apuração começou no início de agosto, quando um estudo baseado em um caso de uma enfermeira de 24 anos, feito pelo Hospital Das Clínicas Da Faculdade De Medicina De Ribeirão Preto (HCFMRP), concluiu que, apesar de raros, a reinfecção e adoecimento por covid em mais de uma ocasião são eventos possíveis. No mundo, apenas uma reinfecção envolvendo testagem positiva para duas linhagens distintas de covid-19 foi publicada em revista científica. Se trata de um homem de Hong Kong de 33 anos.

Correio Braziliense