MPF do PR cria discurso para prorrogar Lava Jato
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Procuradores federais do Paraná afirmam que não haverá estrutura suficiente no Estado para absorver processos da Lava Jato caso a PGR decida encerrar a força-tarefa da operação. Todos os 20 procuradores de ofícios (coordenadores) da região, exceto Deltan Dallagnol, subscreveram o documento. “Essa forma de atuação produziu e produz volume de trabalho de impossível absorção pela unidade de origem em sua estrutura tradicional”, diz trecho do documento. Augusto Aras deve decidir sobre a prorrogação da Lava Jato de Curitiba até 9 de setembro.
O texto traz ainda dados importantes, de 30 de julho: toda a Procuradoria do Paraná tem 1.006 processos extrajudiciais ativos (inquéritos abertos, por exemplo), enquanto só a Lava Jato tem 538.
Além disso, os 14 procuradores, sete exclusivos, mais 33 servidores representam 57% dos quadros da instituição no PR.
O documento é do dia 13 de agosto, duas semanas antes de o coordenador da força-tarefa, Dallagnol, pedir a Augusto Aras a prorrogação do grupo. Servirá como argumento a favor da Lava Jato.
O ofício é endereçado à subprocuradora Luiza Frischeisen, do Conselho Superior do MPF. Ela e mais sete membros do colegiado assinaram ofício encaminhado a Augusto Aras defendendo a prorrogação das forças-tarefa, sem citar a de Curitiba.
A estratégia dos conselheiros é chamar a discussão para o colegiado, impedindo que ela seja controlada por Augusto Aras.