ONU critica ataques bolsonaristas a criança estuprada
Os ataques de fanáticos religiosos à criança de dez anos estuprada por um “tio” por ela ter interrompido a gravidez resultante da violência sofrida foram citados e criticados indiretamente pela ONU. Enquanto isso, os ataques dos fanáticos continuam.
Os ataques bolsonaristas à criança de dez anos estuprada por um agregado da família tido como “tio” da menina, chocaram a sociedade e estão sendo duramente criticados pela tentativa deles de invadirem o hospital em que ela foi para interromper a gravidez aos gritos de “assassino” contra o médico e “assassina” contra a criança.
Mas não é só. O que está chocando mesmo a comunidade internacional é a suspeita, altamente fundamentada, de que a ministra dos “direitos humanos”, Damares Alves, divulgou os dados da menina para a extremista de direita Sara “Winter” Giromini, que, de posse da informação, expôs a criança nas redes sociais.
E a suspeita é muito mais do que uma suposição. Matéria da revista Piauí dá conta de que toda a movimentação contra a criança começou a partir de postagem de Damares Alves em seu perfil no Facebook de matéria do jornal capixaba A Gazeta dando conta do crime de que a menina fora vítima.
Diz a reportagem da revista Piauí que a garota foi “alvo de uma sórdida campanha antiaborto orquestrada por bolsonaristas nas redes sociais, fomentada por vazamentos (…) do seu cadastro na Prefeitura” da cidade em que ela vive. E que tudo isso ocorreu porque “a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, publicou a notícia da Gazeta em sua página no Facebook” e “quatro dias depois, em 13 de agosto, a ministra anunciou na mesma rede social o envio ao Espírito Santo de dois assessores, um da Secretaria dos Direitos da Criança e outro da Ouvidoria de Direitos Humanos. Na companhia do deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos).
Os dois servidores enviados por Damares estiveram na delegacia, no Conselho Tutelar e na Secretaria de Assistência Social de São Mateus e tiveram contato com a família da criança.
A despeito de toda indignação, os fanáticos parecem não ter limites. Eclodiu uma onda de fake news contra a criança. Uma professora, por exemplo, culpou a menina pelo estupro dizendo que havia sido “bem paga” para fazer sexo com o “tio” e que tinha “vida sexual” com ele “há quatro anos”, quando tinha SEIS ANOS DE IDADE!!
Na quarta-feira 19 de agosto, a Organização das Nações Unidas resolveu intervir e, além de pedir apuração rigorosa do crime contra a criança, ainda mandou um recado muito claro ao governo brasileiro e, mais especificamente, à ministra Damares Alves.
Diz o comunicado:
“A ONU Brasil relembra a importância da proteção integral da jovem vítima, da preservação de sua integridade física, mental e moral, bem como de sua privacidade”
A linguagem diplomática e a alusão à exposição da vítima após vazamento de seus dados pela pasta de Damares é mais um tijolinho na muralha que estamos construindo ao redor do Brasil para desmoralizar nosso pais e isolá-lo do resto do mundo
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