Ditadura terminou com hiperinflação por ações como a de Bolsonaro

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Foto: Reprodução

Até por conta da memória mais recente, o surto populista do governo Bolsonaro relativo ao preço dos alimentos, cujo controle depois o presidente negou, vem sendo comparado ao período de José Sarney na presidência. Mas este é o instinto do Exército, esteve no coração da ditadura militar e, pode-se argumentar, foi o que abriu caminho para sua queda.

Em 1973, último ano de Emílio Médici na presidência, os países árabes produtores de petróleo impuseram um embargo às nações que haviam apoiado Israel na Guerra do Yom Kippur. A chamada Crise do Petróleo fez o preço do combustível disparar internacionalmente.

No Brasil, o efeito se mostrou dramático justamente no preço dos alimentos — principalmente carnes, leite e óleos vegetais. O governo Geisel reagiu impondo um controle de preços, o que, na altura de 1976 já havia criado escassez nas prateleiras e um mercado paralelo. A crise gerou no Brasil uma inflação que não havia. Mas, nos primeiros anos, não foi uma inflação muito diferente de outros países importadores de petróleo. Ao final da década, porém, o jeito brasileiro de atacar o problema fez com que o custo de vida brasileiro se descolasse da média global.

O problema criado pelos militares no governo só foi resolvido com o Plano Real.

O Globo