Em Nova Iorque, pais querem escola com mais negros

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Foto: Warren K.Leffler/Library of Congress

Grupo de pais brancos no Brooklyn, Nova York, mandou uma carta para a administração local, pedindo que a nova escola a ser construída fique no meio do caminho entre a casa deles e um “project”, espécie de conjunto habitacional na cidade. A ideia era que houvesse no colégio miscigenação de classes sociais e de cor da pele no local.

O ano era 1963, num movimento semelhante ao que começa a ganhar força agora em São Paulo, com a criação de grupos antirracistas de pais de colégios privados de elite.

O pedido há quase 60 anos em Nova York não era dos mais fáceis de se atender. Representantes do conjunto habitacional, onde moram majoritariamente latinos e negros, pobres, preferiam ter a escola mais perto deles, para que as crianças não precisassem andar mais, enfrentando neve no inverno e forte calor no verão.

A força dos pais brancos se impôs. O colégio foi feito no meio do caminho, como queriam. Mas quando começaram as aulas, nenhum branco apareceu, pois as famílias preferiam seguir na segurança das escolas que atendiam tradicionalmente os mais ricos.
E os estudantes pobres tiveram de caminhar mais, para ficarem em uma escola segregada, de qualquer forma.

A história é contada no podcast “Nice White Parents” (pais brancos bacanas), do Serial/New York Times, que retrata como pais brancos mostraram interesse no colégio, na década de 1960 e agora mais recentemente.

Redação com Folha