Emprego nos EUA não reage e pode complicar Trump

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Foto: Joe Raedle/AFP/VEJA

O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira, 2, o último relatório sobre a situação do mercado de trabalho antes das eleições entre o atual presidente Donald Trump e o democrata Joe Biden. A taxa de desemprego do país recuou de 8,4% para 7,9%, abaixo da expectativa de bancos e casas de análise. No período, 661.000 empregos foram adicionados ao mercado de trabalho. O número é aquém da previsão estipulada de 800.000, o que demonstra que a recuperação econômica está desacelerando. Desde o momento mais conturbado da pandemia, em meados de março, quando cerca de 22 milhões de pessoas foram entregues ao desalento, o mercado de trabalho americano já conseguiu recuperar 12 milhões de empregos. A reação do mercado de trabalho da maior economia do mundo é um sinal importante sobre a retomada da economia após o período mais drástico do novo coronavírus e pode ter influência direta na disputa eleitoral do país. Os números de geração de emprego considerados fracos, no entanto, podem ser prejudiciais ao atual presidente, que usa a economia como sua principal retórica para conseguir votos em meio a uma disputa apertada.

Dentre os setores, lazer e hotelaria foram aqueles que geraram mais empregos, com 318.000 postos de trabalho criados em setembro. O varejo adicionou 142.000 empregos e, na sequência, cuidados para saúde e assistência social aumentaram em 108.000 postos de trabalho. Também se sobressaíram o mercado de serviços profissionais e comerciais, com a geração de 89.000 empregos, o setor de transporte e armazenamento (74.000) e a manufatura, com 66.000 postos de trabalho. Os empregos públicos lideraram a contração para o mês, principalmente em cargos educacionais. Ainda segundo o relatório, o desemprego assola de forma mais acentuada os negros. Nessa categoria, a taxa de desemprego ainda é considerada alta, de 12,1%, dado que representa uma queda de 0,9 ponto percentual em relação ao mês anterior. Entre os asiáticos, o índice de desalento passou de 10,7% para 8,9%.

Nos Estados Unidos, 4,6 milhões de pessoas relatam estar em dispensa temporária. São 6,3 milhões os que estão trabalhando em meio período, o que representa um declínio de 1,3 milhão ante o último relatório. É importante que se diga que, com a fraca recuperação de alguns segmentos, sobretudo da indústria, diversos funcionários tiveram sua carga horária ajustada. Um número preocupante é que 345.000 pessoas perderam o emprego no mês de setembro. A divulgação do Payroll pode ser vista de duas formas. De um lado, há fortes indícios de recuperação econômica dos Estados Unidos, sobretudo no mercado imobiliário e no varejo. Por outro, os números abaixo do esperado ligam sinal de alerta de que um aumento de casos de coronavírus venha ameaçar de forma mais intensa a recuperação. Diagnosticado com Covid-19, Donald Trump não comentou os resultados em seu perfil pessoal no Twitter, como costuma fazer, até o momento desta publicação.

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