Segunda onda de covid faz Bovespa cair

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Foto: Sam Yeh / AFP

O temor de uma segunda onda da pandemia de Covid-19 na Europa faz com que as Bolsas operem com fortes perdas nesta quinta-feira. Por volta das 11h, o Ibovespa (índice de referência da B3) caía 0,9%, aos 98.439. No câmbio, o dólar comercial sobe 0,24% contra o real, valendo R$ 5,612.

Na véspera, Portugal declarou estado de calamidade e aumentou as restrições de fluxo de pessoas para conter a disseminação do novo coronavírus. Na França, foi decretado toque de recolher entre 21h e 6h por quatro semanas na região de Ile-de-France, que engloba Paris, e em mais oito cidades, incluindo Toulouse, Lyon e Grenoble.

O ministro de Saúde britânico, Matt Hancock, determinou que Londres proíba reuniões em locais fechados. O prefeito da cidade, Sadiq Khan, admitiu que o vírus está se espalhando de forma veloz na região.

O índice FTSE da Bolsa de Londres recua 2,09%. Em Paris (CAC) e Frankfurt (DAX), as perdas são de, respectivamente, 2,34% e 2,78%.

— Observamos a frustração dos mercados diante do ressurgimento da pandemia e a comprovação do fenômeno da segunda onda da doença. O avanço da Covid-19 em países europeus frustra o entendimento de que os países estavam em trajetória descendente de contaminação — explica Mauricio Pedrosa, gestor da Áfira Investimentos.

Pedrosa acrescenta que a queda dos índices globais e os ganhos do dólar estão ligados às perspectivas de retomada da economia:

— Com o avanço da doença, passa a minar o entendimento de que as economias conseguiriam se recuperar em “V”. Como todos os países já têm uma fatura enorme a ser paga, o adiamento da retomada da economia gera grande frustração.

Em Nova York, os índices também operam no vermelho. Dow Jones e S&P perdem, respectivamente, 0,64% e 1,06%. A Bolsa eletrônica Nasdaq recua 0,86%. Também pesa sobre os mercados a dificuldade para a aprovação de um pacote trilionário de estímulo econômico nos EUA.

O secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, afirmou que será difícil que governo (republicanos) e oposição (democratas) cheguem a um acordo sobre o tema. Ele falou em entrevista à americana CNBC.

A perspectiva de que, com a segunda onda da Covid-19, a demanda internacional por matéria-prima será reduzida afeta negativamente o preço do petróleo. O barril do tipo Brent (referência internacional) cai 2,75%, a US$ 42,13.

O Globo