Felipe Neto diz que divisão da esquerda favorece Bolsonaro

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Foto: Reprodução

Uma das vozes politicamente mais ativas nas redes sociais, com mais de 40 milhões de seguidores no YouTube e outros 25 milhões no Twitter e no Instagram, o influenciador digital Felipe Neto defendeu a união das esquerdas e afirmou que, no primeiro turno da corrida presidencial de 2022, não votaria no presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem é crítico ferrenho; no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); no governador de São Paulo João Doria (PSDB), nem no apresentador de TV Luciano Huck ou no ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, ambos sem partido. “Acho que o que precisa acontecer é uma frente ampla – ampla de verdade. Porque se a gente vier com candidatos da esquerda dividindo votos e o Bolsonaro [estiver] centralizado, como o grande messias da extrema-direita, o cenário tende a se repetir com o PT indo ao segundo turno contra o Bolsonaro”, afirmou, ontem, na Live do Valor.

Num eventual segundo turno com a presença de Bolsonaro, Felipe Neto disse que votaria em qualquer adversário à reeleição. “Se for o Bolsonaro contra o Matheus Babi, atacante do Botafogo, eu voto tranquilamente no Matheus Babi”, ironizou, acrescentando, contudo, que ficaria “muito mal” se tivesse que escolher entre Bolsonaro e Moro, a quem também rejeita. “Mas mantenho o que disse: voto em qualquer um contra Bolsonaro”, afirmou Neto, torcedor e um dos patrocinadores do clube carioca. A entrevista foi conduzida pela jornalista Maria Cristina Fernandes.

O “youtuber” abordou vários temas durante a transmissão, como seu papel como empreendedor – ele afirmou que uma de suas empresas teve crescimento de 600% desde o ano passado – e a crítica ao liberalismo: “É totalmente possível ser empresário e não defender esse neoliberalismo. Lido com empresários o tempo inteiro que não são liberais. Ser contra esse neoliberalismo não é defender estatização. O ideal é sair da dualidade e encontrar o meio do caminho”.

O influenciador digital analisou ainda o crescimento dos movimentos de direita, dos quais se tornou alvo de discurso de ódio. Lembrou que a onda conservadora teve como marco precursor o descontentamento das manifestações de junho de 2013, que eram “elitistas” e das quais participou como um adepto do antipetismo. “Eu tinha 25 anos e jovem faz bosta. Eu realmente achava que o PT era o pior governo que esse país já teve desde 1500. Achava o PT a escória de tudo ruim. Embora eu não seja hoje um petista – tenho até muita resistência por parte do PT onde não sou muito benquisto – mudei muito a minha visão de lá para cá. Passei a enxergar as coisas com mais frieza e mais tecnicamente, e não por furor e paixão”, disse.

Felipe Neto afirmou que o viés de reiteração provocado pelos algoritmos que movem as redes sociais favorece tanto a radicalização da extrema-direita do guru do bolsonarismo “Olavo de Carvalho e sua seita” quanto a direita liberal, capitaneada, por exemplo, pelo Movimento Brasil Livre (MBL), ambas com apelo à juventude. “É preciso quebrar esse ciclo”, defendeu.

Uma das razões para que os jovens, em geral contestadores, abracem o sistema e a velha política seria a prioridade que passaram a ter como alvos da propaganda “muito bem pensada” da direita, argumenta. “Tanto a direita radical quanto a do neoliberalismo de quinta série entenderam como chegar a esse jovem, através de piadas, memes e do sentimento de acolhimento, de pertencimento. O jovem passa a fazer parte de um mundo em que ele se sente até inteligente e pensa: ‘Putz, é só ser liberal que resolvemos todos os problemas. Tem que acabar com essa CLT, cara!’ Esse jovem acha que está sendo transgressor, rebelde. Satisfaz os impulsos da juventude dele defendendo todos os interesses da velha política, do establishment e dos bilionários”, disse.

Para Felipe Neto, “uma das pouquíssimas coisas inteligentes que o Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) falou na vida, sem saber, foi que para ser reacionário não precisa estudar”: “O argumento é o de que professores, universidades desvirtuam nossos valores. E, de certa forma, ele tem razão. Basta ver meia dúzia de vídeos de idiotas em canais no YouTube para você se radicalizar. Em contrapartida, para ser um progressista, você precisa estudar. O progressismo, normalmente, vai na contramão do senso comum”.

Valor Econômico

 

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