Deputado bolsonarista chama deputadas de “deputéricas”

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Foto: Luis Macedo/Camara dos Deputados

A bancada feminina prepara uma representação contra o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) que, ontem, ao discursar no final do manhã, avisou que, a partir daquele momento, chamaria as deputadas de “deputéricas”, segundo ele “deputadas histéricas que não respeitam minimamente o presidente da República”. Ele repetiu várias vezes que as mulheres “criticam, criticam” e são “histéricas”. Além disso, vangloriou-se de criar um neologismo.

“Quando eu falar ‘deputérica’, estarei me dirigindo a uma deputada histérica, que não tem posicionamento, que não tem bom senso e que não se enquadra dentro do decoro parlamentar”, anunciou.

A resposta não demorou. Menos de 10 minutos após o pronunciamento, as parlamentares revezaram-se, na tribuna, criticando a fala de Bibo e avisaram que irão ao Conselho de Ética. “É um apelido ridículo, indecoroso e machista”, definiu a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que ainda avisou ao bolsonarista: “Não vamos parar de nos posicionar. Vai ter que nos ouvir ainda que não goste”.

A reclamação foi suprapartidária. Do Distrito Federal, Flávia Arruda (PL) e Érika Kokay (PT), de campos opostos da política, uniram-se no discurso. “Não vamos aceitar nenhum tipo de machismo. Já temos que conviver com isso na rua, nas campanhas. Não é possível que tenhamos que conviver, também, no Parlamento”, protestou Flávia.

“Todas as vezes que mulheres se colocam e dizem que lugar de mulher é onde ela quiser, e ocupam espaços que a lógica sexista, machista, reserva para os homens, elas são atacadas. Tentam caracterizar a firmeza da posição das mulheres como histeria. Os homens, quando são firmes, são chamados de convictos, combativos”, afirmou Érika.

Joenia Wapichana (Rede-RR), Sâmia Bonfim (PSol-SP), Fernanda Melchionna (PSol-RS), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e tantas outras fizeram coro. “Quando um deputado vai à tribuna ofender as parlamentares, está ofendendo as mulheres do Brasil”, apontou Perpétua. Fernanda ainda passou uma descompostura no deputado Marcel Van Hatten (Novo-RS), que presidia a sessão no momento e não fez qualquer reparo ao pronunciamento de Bibo Nunes.

Ao longo da campanha municipal, candidatas mulheres de vários partidos sentiram na pele o preconceito, nos mais diversos níveis, com ataques sexistas e racistas. Em Bauru, por exemplo, a prefeita eleita Suéllen Rossim, do Patriotas, chegou a ser ameaça de morte por causa da cor da pele. Em Porto Alegre, Manuela D’Ávila foi alvo de vários xingamentos na internet –– sua campanha pediu a suspensão de mais de 90 postagens mentirosas a respeito dela. Até mesmo a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-bolsonarista de primeira hora, foi alvo de ataques desse tipo.

Correio Braziliense

 

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