Esquerda pressiona Baleia por auxílio emergencial

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Foto: Michel Jesus – 8.abr.2019/Câmara dos Deputados

O apoio dos partidos de centro-esquerda à candidatura do deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) para comandar a Câmara dos Deputados a partir de 2021 recoloca na agenda política, a partir de janeiro, a discussão sobre uma renda básica ou auxílio emergencial às populações mais vulneráveis. Presidente do MDB, Baleia Rossi é o candidato à presidência da Câmara que vai antagonizar com Arthur Lira (PP-AL), que representa os interesses do Palácio do Planalto e o presidente Jair Bolsonaro.

Com a esquerda, Baleia deve assegurar um bloco amplo de apoio, que pode chegar a quase 300 parlamentares. Ontem, o partido Solidariedade, presidido pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, decidiu apoiar Baleia. Nas negociações que estão sendo conduzidas por Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Baleia Rossi com o PSB, PDT, PCdoB e PT, além da exigência para que o Congresso atue para evitar omissão e inação do governo Bolsonaro nas definições do Plano Nacional de Imunização, os partidos de esquerda também enfatizaram que o debate sobre a renda é crucial.

Na carta de cinco pontos que apresentaram ao candidato do MDB na segunda-feira, um dos itens aborda a garantia de acesso gratuito e universal da vacina contra a covid-19 e também uma renda mínima e “medidas emergenciais” que garantam o sustento e a segurança alimentar.

Não houve, ainda, nenhum acerto se esse debate será feito a partir de um novo projeto de lei que recrie o auxílio emergencial em 2021 ou se haverá alguma reformulação no Bolsa Família. “Algo vai sair com certeza”, definiu um parlamentar que participa das negociações.

A forte tendência de polarização na eleição para a presidência da Câmara traça um cenário de disputa em único turno e força os partidos de esquerda a deixarem de lado qualquer tentativa de lançamento de candidatura própria, ainda que o PT, oficialmente, não tenha descartado essa ideia. Internamente, porém, a maior parte dos petistas é favorável à adesão ao bloco pró-Baleia e contra Lira.

PSB, PDT e PCdoB devem oficializar o apoio a Baleia Rossi ainda neste ano. O PT deve deixar para formalizar a adesão ao bloco no último minuto. Existem polos de resistência no partido a esse apoio por conta da participação do MDB no impeachment de Dilma Rousseff. No entanto, parlamentares envolvidos nas negociações asseguram que o clima é positivo e que o presidente nacional do MDB tem sido aberto e bastante direto nas conversas.

Não houve nenhum tipo de acerto entre os partidos de esquerda e o candidato do MDB sobre eventuais pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Não há clima para que essa pauta entre nas negociações, definiu um deputado ligado a Maia. Nos bastidores, as apostas são de que o PT e possivelmente até o Psol concordem em apoiar Baleia Rossi.

“A tese de uma candidatura própria é cada vez mais minoritária. Queremos derrotar o candidato de Bolsonaro nessa disputa, que fica cada vez mais claro que é o Lira”, disse o deputado Alexandre Padilha (PT-SP). De acordo com o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), caso a conversa com Baleia ocorra até o fim de semana, é possível que a bancada do PT bata o martelo sobre a adesão à candidatura do emedebista já na próxima segunda-feira.

Credenciado pelo PSB para as negociações na sucessão do Congresso, ao lado do presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, o deputado federal Alessandro Molon (RJ) observa que não existe, neste momento, nenhuma possibilidade de as esquerdas conseguirem eleger para a presidência da Câmara alguém deste campo, e é preciso reconhecer isso.

“As graves ameaças que pairam sobre o Brasil exigem da oposição grandeza e maturidade, realismo e responsabilidade. Não podemos contribuir para aumentar os riscos que nosso povo e nosso país correm. Por isso, a construção de um bloco e de uma candidatura que garantam a independência da Câmara se impõe. É a coisa certa a se fazer agora. Não há outro caminho”, afirmou Molon.

Alguns parlamentares da esquerda chegaram a flertar com Lira, sobretudo os que venceram as eleições municipais e vão administrar grandes cidades e capitais a partir do próximo ano, como é o caso dos deputados João Campos (PSB), que vai governar Recife, e João Henrique Caldas, conhecido como JHC, eleito prefeito de Maceió. Havia também flertes de petistas e pedetistas com Lira.

Dirigentes da esquerda tentam esvaziar tais argumentos, de que o apoio a Lira poderá significar algum alívio financeiro aos novos dirigentes municipais num eventual pacto com Bolsonaro. Nas reuniões, salientam que é a presidência da Câmara que oferece o poder, e esse poder não pode estar nas mãos de Bolsonaro. Citam, como exemplo, o fato de Maia ter auxiliado governadores e prefeitos em debates nacionais relevantes.

Valor Econômico

 

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