População de Mianmar resiste e não sai da rua

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Foto: THAN LWIN TIMES / via REUTERS

Apoiadores da líder deposta de Mianmar, Aung San Suu Kyi, entraram em confronto com a polícia nesta sexta-feira, no sétimo dia consecutivo de protestos de rua contra a junta militar que assumiu o poder após um golpe de Estado no início do mês. Centenas de milhares de pessoas se juntaram às manifestações pró-democracia em todo o país, enquanto cresce a pressão internacional sobre os militares.

Segundo Nada al-Nashif, vice-alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, mais de 350 pessoas, incluindo funcionários, ativistas e monges, foram presos em Mianmar desde o golpe. Alguns enfrentam acusações criminais por “motivos duvidosos”. O Conselho de Direitos Humanos da entidade aprovou uma resolução por unanimidade, nesta sexta-feira, condenando o golpe de Estado, pedindo a libertação de Suu Kyi e a retomada do governo civil. O enviado de Mianmar disse antes da votação que a resolução “não era aceitável”.

O relator da ONU para os direitos humanos em Mianmar disse durante sessão especial do Conselho que havia “relatórios crescentes, evidências fotográficas” de que as forças de segurança usaram munição real contra os manifestantes, em violação ao direito internacional.

O relator, Thomas Andrews, instou o Conselho de Segurança da ONU a considerar a imposição de sanções e embargos de armas. Na quarta-feira, o presidente americano Joe Biden já hava anunciado sanções, entre elas o congelamento de US $ 1 bilhão (mais de R$ 5 bilhões) de fundos do governo de Mianmar mantidos nos Estados Unidos, impedindo os generais de acessar o dinheiro.

Apoiadores do Liga Nacional para a Democracia (LND), partido da líder deposta, saudaram as sanções dos EUA, mas disseram que uma ação mais dura é necessária.

— Esperamos mais ações do que isso, pois sofremos todos os dias e noites com o golpe militar aqui em Mianmar — disse o manifestante Moe Thal à agência de notícias Reuters.

Em uma carta lida durante a sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, cerca de 300 parlamentares eleitos de Mianmar pediram às Nações Unidas que investigassem “graves violações dos direitos humanos” cometidas pelos militares.

Durante os atos, três pessoas ficaram feridas quando a polícia disparou balas de borracha para dispersar os manifestantes na cidade de Mawlamyine, no sudeste do país, contou um funcionário da Cruz Vermelha de Mianmar à Reuters.

Um vídeo transmitido pela Radio Free Asia mostrou a polícia atacando os manifestantes, agarrando um deles e acertando sua cabeça. Pedras foram então atiradas contra os agentes, antes dos tiros serem disparados.

— Três foram baleados. Uma mulher no útero, um homem em sua bochecha e um outro em seu braço — disse Kyaw Myint, funcionário da Cruz Vermelha de Mianmar, que testemunhou o confronto.

Várias pessoas em Mawlamyine foram presas, mas depois liberadas quando uma multidão se postou do lado de fora da delegacia de polícia para exigiar que fossem liberadas, de acordo com imagens transmitidas ao vivo pela Radio Free Asia.

Uma transmissão da rádio e televisão estatal de Mianmar (MRTV) afirmou que a polícia disparou 10 balas de borracha porque os manifestantes “continuavam os atos violentos sem se dispersarem da área”. O comunicado não mencionou nenhuma pessoa ferida.

Em Yangon, capital econômica do país, centenas de médicos marcharam, enquanto em outra parte da cidade, fãs de futebol vestindo uniformes de times protestavam com cartazes humorísticos. Desde o início dos protestos, uma campanha de desobediência civil vem ganhando força no país, contando, principalmente, com a adesão de médicos e professores. Outras manifestações ocorreram na capital Naypyitaw, na cidade costeira de Dawei, e em Myitkyina, a capital do estado de Kachin, onde jovens tocaram rap e encenaram uma dança.

Na quinta-feira, houve um ato em frente à embaixada chinesa, onde partidários do LND acusaram Pequim de apoiar a junta, algo que a China negou.

O Facebook, que chegou a ser bloqueado pelo novo governo, disse que reduziria a visibilidade do conteúdo dirigido pelos militares de Mianmar, dizendo que eles “continuaram a espalhar desinformação” após tomar o poder.

O golpe gerou as maiores manifestações desde a “Revolução Açafrão” de 2007, onda de protestos contra os militares que acabou se tornando um passo em direção à transição democrática, interrompida com o golpe de 1º de fevereiro.

A junta perdoou as sentenças de mais de 23 mil prisioneiros nesta sexta-feira, dizendo que a medida era consistente com “o estabelecimento de um novo estado democrático com paz, desenvolvimento e disciplina” e iria “agradar o público”. No entanto, segundo a revista de notícias Frontier Myanmar, entre os prisioneiros que receberam anistia incluíam quatro apoiadores de um atirador que matou um proeminente aliado de Suu Kyi e advogado constitucional em 2017.

Em seu primeiro pronunciamento à nação, na segunda-feira, Min Aung Hlaing afirmou que novas eleições seriam convocadas, mas sem precisar uma data. Os militares justificaram o golpe alegando fraude em uma eleição de 8 de novembro em que o LND teve uma ampla vitória. No entanto, nem a comissão eleitoral nacional nem os observadores internacionais corroboraram as denúncias das Forças Armadas. O golpe aconteceu no dia em que os deputados eleitos tomariam posse.

O Globo 

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