Globo enfraquece nos fins de semana

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Foto: Michelle Felippelli/Futura Press

A pandemia da Covid-19 obrigou todas as emissoras abertas do país a mudar sua grade de programação. No começo, as gravações de folhetins foram suspensas, os programas de auditório cancelados, expandiu-se ao limite da exaustão o tempo do jornalismo, e compactos de novelas antigas foram preparados às pressas para serem exibidos. Até certa altura do ano passado, acreditava-se que a pandemia no Brasil daria sinais de melhora já no começo de 2021. Mas essa aposta, evidentemente, era furada. E um pedaço da programação, em especial, já se revela em estado crítico: a Globo sofre cada vez mais para tapar buracos nos finais de semana.

Se durante a semana ela consegue ser fiel à sua grade com o jornalismo pontual, misturado com o entretenimento das novelas, aos sábados e domingos a conjunção é outra. Até o final deste ano, a situação pode se intensificar ainda mais, com a possível saída de dois dos principais apresentadores da casa nos finais de semana – grandes âncoras da audiência em seus respectivos dias de exibição. Luciano Huck, que ensaia nos bastidores uma indecisa entrada na política, e Fausto Silva, que se aposentará no final do ano.

Desde outubro do ano passado, com o começo de Simples Assim, programa no estilo “gratidão” de Angélica, que amargava 9 pontos de audiência na faixa das 15h, a Globo tem patinado para colocar nas tardes de sábado um programa de boa qualidade e que agrade ao público tanto quanto o tradicional Caldeirão do Huck, que nas últimas semanas entregou uma média robusta de 13 pontos na audiência. Atualmente, o tedioso programa Se Joga, uma imitação em timing errado do extinto Vídeo Show, ocupa a mesma faixa horária, e tem tido um desempenho mediano como o de sua antecessora, entregando os mesmos 9 pontos de audiência.

No domingo, a situação é parecida, se não pior. O buraco da grade foi tapado de janeiro até o último dia 4 de abril com a exibição do inédito The Voice+, programa de música com competidores acima dos 60 anos. Em sua estreia, a produção chegou a alcançar 13 pontos de ibope – número que se manteve no decorrer da exibição e é superior aos 10 pontos que a sessão Temperatura Máxima vem alcançando. Nos dois, entretanto, as domingueiras da Globo se ressentem mesmo é da escassez das transmissões de futebol, altamente prejudicadas pela pandemia e que costumam render acima de 18 pontos em média.

Desde que o futebol foi suspenso, a Globo decidiu colocar filmes na mesma faixa, o Campeões de Bilheteria. Mas, com o fim do The Voice+, a emissora não podia colocar três faixas da grade seguidas exibindo filmes, muito menos um programa novo (as gravações permanecem suspensas com o acirramento da Covid-19).

Diante da situação periclitante, a emissora decidiu apelar à dupla que mais quebrou recordes de audiências em seus programas em 2019 e gerou milhões de reais em faturamento lotando estádios ao redor do Brasil no mesmo ano: Sandy & Junior. Desde o final de semana passado, e pelos próximos sete domingos, a cratera nas tardes pré-Faustão será tapada pela série documental original da dupla feita pelo Globoplay, que está disponível no streaming desde o longínquo julho de 2020.

Na primeira semana, a jogada da Globo deu certo. O primeiro episódio da série conquistou o público do The Voice+ e angariou a mesma média de seu antecessor – 13 pontos. Boa parte desse desempenho pode ser atribuída, também, à fraca grade que as emissoras rivais apresentam. No SBT, por exemplo, o programa Domingo Legal, de Celso Portiolli, conquistou 8 pontos de audiência com a participação de Marília Mendonça, e a Record empacou nos 5 pontos com Tá Dando Onda 2, no Cine Maior.

Pelo menos pelas próximas semanas, enfim, a Globo aparentemente poderá respirar aliviada nas domingueiras com a forcinha de Sandy & Junior. Porém, com a pandemia ainda em alta e a possibilidade de perder seus âncoras tão concreta no horizonte, a operação tapa-buraco ainda parece longe do fim.

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