Se conseguir cooptar militares, Bolsonaro focará nas polícias

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Foto: Leo Pinheiro/Valor

A crise com os militares deflagrada por Jair Bolsonaro nesta semana representou uma derrota política marcada pela ruptura das Forças Armadas com o presidente. Essa é a visão do cientista político Octavio Amorim, da FGV Rio, para quem Bolsonaro sai ainda mais isolado do episódio, no qual a cúpula dos militares deixou muito cristalina as diferenças com o ocupante do Planalto. Riscaram o chão e se recusarem a ser cooptados, o que retira de Bolsonaro a cartada do apoio das casernas para alardear à sua militância e intimidar a oposição, aponta o analista. “Sem dúvida, ele fez um movimento para ganhar terreno, mas perdeu amigos e ganhou inimigos. É o momento mais difícil de sua Presidência, está enfraquecido e acuado, mas reagiu”, afirma Amorim, em entrevista ao Valor em que alerta para o risco das investidas de Bolsonaro nas polícias militares. “Os bolsonaristas vão desistir das Forças Armadas e partir agora para cima das polícias estaduais, que são organizações muito mais frágeis e débeis”, diz.

Segundo o especialista, a crise militar – que levou à demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e dos chefes das três Forças, à frente o comandante do Exército Edson Pujol – juntou-se às demais crises: política, econômica, social e sanitária. É uma mistura com tendência à queda de popularidade, sobretudo com a maior cobrança de responsabilidade quando a tragédia da pandemia alcançar as 500 mil mortes, prevê.

Sobre as mudanças no comando do Exército, Marinha e Força Aérea, cujos substitutos foram anunciados ontem, Amorim afirma que elas representam algum ganho para Bolsonaro, dada a desconfiança sobre o grau de alinhamento dos indicados. “Na falta da submissão absoluta, o que o Bolsonaro espera dos novos comandantes é manter a ambiguidade que possa ser manipulada novamente a seu favor. O que o ex-ministro e os três comandantes demitidos disseram é que eles não são aceitam mais essa ambiguidade, e que governo é uma coisa e Forças Armadas são outra”, diz.

Valor Econômico

 

 

 

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