Chacina do Jacarezinho deixou bolsonaristas felizes

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Foto: RICARDO MORAES/REUTERS

Para além das questões concernentes à segurança pública e aos direitos humanos, a tragédia da favela do Jacarezinho, no Rio, virou combustível político. Adversários de Cláudio Castro, aliado de Jair Bolsonaro, acreditam que o timing da operação, independentemente de seus controversos resultados, está atrelado ao calendário eleitoral. Em conversas com a Coluna, articuladores de uma frente para enfrentar o presidente e o governador em 2022 avaliam que a letal ação da polícia teve o efeito imediato de reaglutinar as forças conservadoras no Rio.

Por isso, aumentarão as cobranças dos adversários de Castro (PSC) e do clã Bolsonaro por uma apuração independente e rigorosa do caso.

No país onde a política contamina debates que vão do BBB à segurança pública, só as investigações podem evitar que a morte de pelo menos 28 pessoas não vire combustível eleitoral em 2022, de ambos os lados do espectro.

É importante, para quem tenta construir uma alternativa ao bolsonarismo no Rio, denunciar o que o grupo chama de “chacina”, mas sem perder de vista que a bandeira da segurança pública não é prerrogativa do clã Bolsonaro.

De Eduardo Paes até Marcelo Freixo, com parada em Rodrigo Maia, a frente sabe que o discurso do “bandido bom é bandido morto” agrada ao eleitor conservador. Uma alternativa em estudo é a proposição de uma segurança pública com mais inteligência e menos mortes.

“Me parece que essa ação, que segue a orientação do tiro na cabecinha do Wilson Witzel, teve tempo político determinado e planejado, para tentar inverter a atenção da sociedade”, disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

O governo do Rio descarta motivação política e eleitoral na apuração, conduzida pelas forças de segurança do Estado.

Estadão