Governistas defendem investigado pelo STF por gesto racista

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Foto: Reprodução

Deputados bolsonaristas e integrantes do governo prestaram apoio nas redes sociais ao assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, denunciado de racismo feita pelo Ministério Público Federal (MPF), com a hashtag “Eu Apoio Filipe Martins”. Eles argumentam que o assessor está sendo perseguido e acreditam que a denúncia não tem fundamento.

Com pena prevista de reclusão de dois a cinco anos e multa, o MPF denunciou Martins depois que ele fez um gesto considerado alusivo a movimentos racistas de supremacia branca em sessão no Senado, em março. Ele estava em pé atrás do presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG), com transmissão ao vivo pela TV Senado, quando foi flagrado pelas câmeras.

“Depois do gesto do Filipe diversas pessoas foram filmadas fazendo o mesmo. É clarividência, leitura de mente ou telepatia que estão usando para diferenciar as intenções de um gesto?”, disse o deputado federal José Medeiros (Podemos-MT) no Twitter.

 

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou em seu perfil na rede social que a denúncia contra o assessor da Presidência é “capenga e atrapalhada”.

“Depois do STF inventar o ‘crime de homofobia’ sem lei, três procuradores inventaram o ‘crime de racismo’ sem ataque a raça alguma”, escreveu a deputada.

 

“O ataque ao Filipe Martins, é um ataque a todo brasileiro de bem, honesto, trabalhador que não se ajoelha aos canalhas de plantão, que tratam criminosos como vítimas ao mesmo tempo que criminalizam um gesto banal e corriqueiro”, disse o deputado estadual de São Paulo, Gil Diniz (sem partido), em seu Twitter ao declarar força ao assessor.

 

O deputado federal Pedro Lupion (DEM-PR) também ajudou a alavancar a hashtag de apoio à Martins e relacionou as acusações contra o assessor ao que chamou de “perseguição”:

“O alvo agora é o Filipe Martins por suposto gesto racista, ou supremacista, ou qualquer que seja a invenção do momento. Até quando a extrema imprensa e a esquerda derrotada vão insistir em vender narrativas falsas sem se ater aos fatos?”.

 

O deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ) manifestou sua indignação na rede social ao compartilhar a notícia da denúncia e na tribuna do plenário da Câmara nesta quinta-feira ele chegou a repetir o gesto para defender o assessor da Presidência.

“O que significa esse gesto? Um sinal de ‘ok’ para uns, um gesto obsceno, mas para militância esquizofrenica de esquerda e para o MPF isso é um sinal de supremacistas brancos – falo sobre o fato que ocorreu no Senado em que o assessor Fililpe Martins estava ajetando sua lapela e foi denunciado agora por crime racial, apologia ao nazismo. É o primeiro caso em que um judeu está sendo denunciado por crime de nazismo por ajeitar sua lapela”, disse Jordy na tribuna.

Carlos Jordy repetiu o gesto feito por Filipe Martins para defendê-lo na tribuna do plenário da Câmara

Quando o caso veio a público, o assessor da Presidência alegou que só estava ajustando a lapela do seu terno. Laudo pericial produzido pelo MPF a partir da aproximação das imagens das câmeras, entretanto, aponta que Martins não tocou a lapela do terno quando executou o gesto, o que desmontaria sua versão de defesa.

Além dos deputados, internautas e outras personalidades políticas também prestaram apoio a Filipe. Em sua conta no Twitter, ele compartilhou as mensagens que recebeu. O assessor especial do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Tercio Arnaud Tomaz, escreveu a hashtag em seu perfil quando compartilhou uma postagem irônica que perguntava: “já processaram o Didi Mocó?”.

 

A ex-secretaria nacional da igualdade racial do governo Bolsonaro, Sandra Terena, disse que “em tempo de inversão de valores, essa é uma ação política de um judiciário contaminado”.

 

A defesa do assessor afirma que a conduta do cliente não configura crime e disse esperar a “pronta rejeição da denúncia, inclusive por excesso de acusação sem embasamento em nenhuma prova idônea. Nesta quarta-feira, ele foi convocado para prestar depoimento à CPI da Covid, que também aprovou a quebra dos sigilos telefônico e telemáticos de Martins.

O Globo