Imóvel que desabou no Rio tinha documentação irregular

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Foto: Jose Lucena/Thenews2/Estadão Conteúdo

A Prefeitura do Rio de Janeiro informou que o prédio que desabou em Rio das Pedras, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, era irregular. Uma menina de 2 anos e seu pai, de 30, morreram soterrados e quatro adultos foram resgatados com vida —incluindo a mãe da criança. Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, uma equipe está no local para prestar o atendimento necessário às famílias.

Os bombeiros localizaram o pai da criança sob os escombros no começo da tarde. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias do desabamento. Não há informações sobre o que causou o colapso da estrutura.

Ainda de acordo com a Prefeitura do Rio, técnicos da Defesa Civil Municipal avaliam os danos que foram causados em outras quatro edificações (uma à direita e três à frente) e se haverá necessidade de outras interdições.

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, esteve no local do desabamento e defendeu que “a fiscalização deve ser integrada entre a Prefeitura e o Estado. É um ponto que precisa melhorar e, por isso, eu e o prefeito vamos sentar para entender como isso pode ser feito por meio dos projetos de infraestrutura”.

A região de Rio das Pedras fica próxima aos bairros de Jacarepaguá, Anil e Itanhangá, na zona oeste. Cerca de 60 mil pessoas moram na área, que é controlada pela milícia. O grupo age na região por meio da construção e venda de imóveis sem licença, extorsão de moradores e de comerciantes, além da cobrança de serviços essenciais como transportes públicos.

Grande parte dos moradores é formada por trabalhadores de fora do Rio, que foram para a capital fluminense atrás de oportunidades no mercado de trabalho.

Em 2019, um edifício irregular desabou em Muzema, perto dali, e 24 pessoas morreram.

O prédio que desabou fica na Rua das Uvas, perto da Avenida Areinhas. Embaixo dele funcionava uma lan house, que estava fechada durante a madrugada. A região foi interditada e moradores de prédios próximos precisaram deixar suas casas.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 3h20 e atua na região com quatro quartéis na região: do Alto da Boa Vista, da Barra da Tijuca, de Magé e também de São Cristóvão. Ambulâncias, aeronave e cães farejadores são usados nas buscas. Houve um incêndio no local —o fogo já foi controlado.

Um centro de triagem foi montado na região para atender os vizinhos. De acordo com Talita Galhardo, da subprefeitura de Jacarepaguá, a maioria das construções na região “não tem legalidade”. “Eu tenho feito vistorias de ocupação de prédios condenados pela Defesa Civil. Tem muita ocupação irregular, mas é difícil tirar o morador, colocar em outros lugares”, afirmou.

Uol