Joice diz que poderia ter destino de PC Farias

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Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) reafirmou em seu Twitter, na tarde de hoje, que foi vítima de um atentado em seu apartamento funcional em Brasília. Na publicação, ela comparou-se ao empresário PC Farias, assassinado quatro anos depois de ser o pivô do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992. “Não terei o mesmo destino de PC Farias”, escreveu a parlamentar.

Joice divulgou a mensagem pouco depois de agentes da PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal) terminarem uma perícia na casa. A parlamentar e o marido, o único que estava com ela no imóvel no dia do incidente, sustentam que a deputada acordou com vários ferimentos na manhã do último dia 18, no chão do quarto onde dormia sozinha, sem memória de como se machucou.

Segundo Joice, a perícia encerrada no início da tarde de hoje viu falhas de segurança no prédio onde ela afirma ter sido atacada. A parlamentar afirma não ter visto nenhum sinal de arrombamento, mas que um eventual invasor pode ter conseguido uma cópia da chave com a Câmara dos Deputados, que administra os apartamentos funcionais, e se escondido no imóvel dias antes do incidente.

Para a deputada, esta invasão seria facilitada porque o prédio não tem câmeras de segurança nas escadarias e no hall de entrada de cada andar. “Já disse com todas as letras que isso não é coisa de amador, mas de profissional. Ninguém entraria na casa de uma parlamentar para agredi-la dando ‘tchauzinho’ para a câmera do térreo ou do elevador, tento tantos pontos cegos no prédio”, escreveu. Ontem ela prestou depoimento à PCDF em Brasília.

 

O empresário Paulo César Farias, o PC Farias, foi tesoureiro da campanha de Collor à presidência, em 1989, e três anos depois virou um dos alvos centrais da CPI que levou à queda do ex-presidente, hoje senador. Em maio de 1992, ele foi acusado de ser “testa de ferro” de Collor pelo irmão do ex-presidente, o empresário Pedro Collor.

Em julho de 1993, mais de um ano depois de entrar na mira da CPI, PC Farias fugiu para a Argentina e logo depois, já alvo de um mandado de prisão. Em seguida foi à Europa e, mais tarde, à Tailândia, onde foi preso e trazido de volta ao Brasil. Solto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 1995, ele foi encontrado morto ao lado da namorada na casa onde vivia em Maceió (AL), em julho de 1996. O caso nunca foi completamente solucionado.

A perícia ocorreu nove dias depois do suposto atentado, já que a PCDF não estava no caso desde o começo. Inicialmente, a parlamentar procurou apenas o Depol (Departamento de Polícia Legislativa) para tratar do caso. Em nota divulgada hoje pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o órgão informou que o Depol encerrou seus trabalhos e encaminhou o inquérito para o MPF (Ministério Público Federal).

A Câmara informou que a Polícia Legislativa fez a sua própria perícia em 16 câmeras do prédio, mas não deu detalhes sobre os resultados por motivos de sigilo. A nota ressalta, porém, as medidas de segurança adotadas para as moradias dos deputados.

“A Câmara esclarece que há segurança nos locais onde se localizam os apartamentos funcionais dos parlamentares. Os prédios possuem vigilância armada e porteiros, ambos 24 horas por dia, 7 dias por semana. Além disso, há câmeras de segurança e rondas ostensivas, com viatura caracterizada”, diz trecho do comunicado.

No último domingo, Joice concedeu uma entrevista coletiva ao lado do marido, o neurocirurgião Daniel França. Na ocasião, a deputada afirmou que não procurou a PF (Polícia Federal) por temer interferências do governo sobre a corporação. “Evitei a PF por motivos óbvios: o presidente da República, Jair Bolsonaro, interferiu diretamente na PF para proteger corruptos, entre eles seu filho. O que não seria capaz de fazer para atacar um desafeto?”, escreveu a parlamentar no Instagram.

Em depoimento à PCDF, ontem à tarde, Joice afirmou que entregou aos investigadores um objeto que “apareceu” debaixo de um sofá e que não pertencia a nenhuma das pessoas que frequentam a casa. Perguntada, porém, ela não quis informar qual seria o item.

“Foi bastante interessante porque, quando encontramos, tinham cinco pessoas em casa, foi logo na saída de vocês [imprensa]. Estava logo abaixo do sofá, um sofá que tem uma trava. Quando foi recolhido o objeto, estava lá na sala e entregamos [à polícia]”, declarou ela após o depoimento.

Quando falou à imprensa no último domingo, Joice disse ter encontrado no imóvel, semanas antes do incidente, uma carteira de cigarro que não foi reconhecida por nenhuma pessoa ligada a ela. Segundo Joice, o fato não havia causado preocupação à época, mas passou a ser visto como outro sinal suspeito depois do ataque.

Uol  

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