Lira quer censurar pesquisas a 15 dias das eleições

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Foto: Pablo Valadares

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu nesta quarta-feira (4) o que chamou de “retaguarda” de 10 a 15 dias antes das eleições em que fosse adotado um “cuidado maior” com as informações repassadas por pesquisas eleitorais e afirmou que discrepâncias nos resultados “chamam atenção”.

Em entrevista à emissora CNN Brasil na tarde desta quarta, Lira disse não ser justo com quem disputa uma eleição uma pesquisa dar, “a dois dias da eleição, uma diferença de 30 pontos atrás e você chega no dia empatado.”

“Perder por mil votos, como foi o caso do senador, por exemplo, Eduardo Gomes [MDB-TO] quando perdeu para a senadora Kátia [Abreu, PP-TO]”.

“São discrepâncias como essa que nos chamam atenção. Talvez, ali, uma retaguarda de dez dias, 15 dias para o pleito, você ter um cuidado maior com as informações que são repassadas, muitas vezes isso influencia diretamente no resultado negativo de uma eleição”, disse, sem explicitar o que seria essa retaguarda a que se referiu.

O presidente da Câmara rebateu críticas ao novo Código Eleitoral, protocolado na segunda-feira (2) e que traz restrições às pesquisas eleitorais.

Em seus 902 artigos, o projeto estabelece censura a pesquisas eleitorais, para que elas só possam ser divulgadas até a antevéspera da eleição.

O texto determina ainda que os institutos que fazem esses levantamentos informem um percentual de acertos das pesquisas realizadas pela entidade ou empresa nas últimas cinco eleições. O dispositivo é criticado por especialistas, que lembram que as pesquisas retratam a realidade de determinado momento, não o voto dado.

Lira defendeu o texto do Código Eleitoral e disse confiar nos deputados que participaram da contextualização e da sistematização do projeto de lei complementar.

“Aqui nada é feito açodado. Nós temos tido excelentes votações no plenário não é por passe de mágica, não é porque nós queremos. É porque os temas são debatidos e são debatidos intensamente com líderes partidários, com as bancadas partidárias”, disse.

Segundo Lira, há uma confusão do código com a PEC (proposta de emenda à Constituição) relatada pela deputada Renata Abreu (Podemos-SP), que muda o sistema eleitoral.

“Eles estão confundindo a reforma que está sob a relatoria da deputada Renata Abreu, que deve estar sendo votada na comissão hoje, e deverá vir a plenário nesta semana ou na próxima, do código de processo eleitoral, que deve ser votado entre agosto e setembro, depois de muitas discussões”, disse.

A expectativa é que o relatório de Renata Abreu seja votado em comissão especial na noite desta quarta. O texto propõe mudar o atual sistema de eleição de deputados e vereadores, do proporcional para o chamado distritão.

O texto prevê a instituição do distritão para a eleição de deputados federais e estaduais em 2022, com adoção do sistema distrital misto a partir das eleições seguintes.

Hoje, deputados estaduais, federais e vereadores são eleitos pelo sistema proporcional, ou seja, os assentos em cada uma das casas legislativas são distribuídos conforme a votação total dos candidatos e do partido (voto na legenda).

A mudança para o distritão significaria a eleição dos mais votados da lista. Ou seja, toda a votação dada em excesso aos eleitos e a dada aos não eleitos seria descartada. Em vez de priorizar o apoio a partidos, o distritão fortalece o personalismo, com tendência de beneficiar políticos já bem colocados e celebridades.

Folha de S. Paulo

 

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