OMS pede que países mais ricos parem com “terceiras doses” da vacina

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Foto: Reprodução

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu uma “moratória global” na aplicação de doses de reforço contra a Covid-19, para que haja imunizantes suficientes para os países mais pobres.

Segundo Ghebreyesus, enquanto países ricos já aplicaram mais de 100 doses para cada 100 habitantes, nos mais pobres essa taxa é de apenas 1,5/100. “Não é um exagero dizer que a rota desta pandemia depende das decisões tomadas pelo G20 [grupo das 20 maiores economias do mundo], afirmou o diretor da OMS nesta quarta (4).

Nas últimas semanas, Israel, Uruguai, Hungria e Alemanha anunciaram uma rodada de reforço na imunização de suas populações.

Ghebreyesus pediu que essas campanhas sejam suspensas pelo menos até o final de setembro, para garantir que ao menos 10% da população esteja protegida em todos os países.

A discussão sobre aplicar uma terceira dose de vacina (ou segunda, no caso de imunizantes de dose única, como o da Janssen) vem crescendo em países que já estão com suas campanhas de vacinação avançadas, por causa de sinais de que a proteção oferecida pelos fármacos se reduz com o passar dos meses.

Segundo a diretora de vacinação da OMS, Katherine O’Brien, não há porém comprovação científica de que esse reforço seja necessário, e países que estão estudando essa medida —como os Estados Unidos e o Reino Unido— devem concentrar seus esforços em completar a imunização dos mais vulneráveis.

“Há hoje no mundo uma extraordinária desigualdade na proteção contra a Covid”, afirmou o conselheiro sênior da direção da OMS Bruce Aylward. Ele citou o caso da África, em que só 2% da população já está completamente vacinada, deixando de fora grupos prioritários como idosos, doentes e profissionais de saúde.

“O que estamos pedindo é mais solidariedade. Que os países ricos segurem suas políticas de imunização de reforço até que tenhamos recursos suficientes para proteger o mundo”, afirmou.

Os diretores da OMS consideram que o mesmo raciocínio deve valer para a imunização de crianças. “Nosso grupo internacional de conselheiros científicos recomenda que a vacinação siga a ordem de prioridade, dos mais vulneráveis para os menos. Isso tem sido feito internamente nos países, mas precisa ser feito globalmente”, disse Aylward.

“O G20 precisa assumir compromissos concretos para apoiar as metas globais de vacinação. Apelamos a todos com influência —atletas olímpicos, investidores, líderes empresariais, líderes religiosos e cada indivíduo em sua própria família e comunidade— que apoiem nosso pedido de moratória”, disse Ghebreyesus.

Embora a OMS coordene políticas de saúde e vacinação no mundo, com papel importante nos países mais pobres, não tem autoridade para impor suas recomendações. Pedidos anteriores com o mesmo objetivo de permitir que mais imunizantes chegassem aos mais necessitados não foram atendidos.

Foi o caso, por exemplo, do apelo para que os governos não começassem a vacinar crianças e adolescentes antes que todos os idosos e profissionais de saúde estivessem imunizados no mundo, ou a recomendação de que a vacinação não fosse usada como condição para permitir viagens internacionais.

Questionado sobre se o pedido de moratória se estendia também a casos como os de imunodeprimidos, para os quais se constata que a vacinação completa regular não é suficiente, a OMS disse que pessoas especialmente vulneráveis devem continuar sendo protegidas, mas o principal é mudar o panorama mais amplo.

“É por isso também que medidas de controle de transmissão precisam ser mantidas. Não queremos uma escalada de hospitalizações e mortes”, afirmou O’Brien.

Ela disse que a contaminação de pessoas já completamente imunizadas é possível, porque a eficácia dos fármacos nunca é de 100%, e que o crescimento no número de casos se deve não a falhas das vacinas, mas ao relaxamento das medidas de prevenção.

Folha de S. Paulo

 

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