Bolsonaristas estão com medo de xingar STF nas redes

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Foto: Reprodução

A poucos dias do feriado de 7 de setembro, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faziam um esforço final de mobilização para levar público às manifestações. Além de atos programados para as maiores cidades do país amanhã, os bolsonaristas formam caravanas para dois grandes protestos, em Brasília e São Paulo.

A intensidade das convocações, no entanto, não tem sido acompanhada por beligerância no discurso, na contramão da radicalização das declarações de Bolsonaro, que voltou a fazer a ameaças golpistas. Embora exaltem a figura do presidente, páginas e grupos na internet têm evitado ataques diretos a desafetos de Bolsonaro, como os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Ao longo da última semana, o UOL examinou imagens e textos feitos por lideranças bolsonaristas em dez páginas ou grupos de Facebook, com número de seguidores entre 50 mil e 2,5 milhões. As convocações, em geral, têm ostentado lemas genéricos como “Supremo é o povo”, “Pela nossa liberdade” e “Por uma nova independência”, que fazem críticas indiretas mas não trazem demandas específicas.

Pautas como o impeachment de ministros do STF, ou até mesmo a destituição de toda a Corte, têm sido incomuns nos chamados para 7 de setembro. Outra reivindicação cara ao bolsonarismo até o mês passado, o “voto impresso auditável” é mais frequente que os ataques às autoridades, mas também não tem sido tratado como ponto central das manifestações.

A aparente moderação no tom ocorre depois de medidas tomadas pelo Legislativo e Judiciário para desarmar conflitos. O projeto do voto impresso, por exemplo, foi derrotado no plenário da Câmara dos Deputados após ser colocado em votação pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeitou no mês passado o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, apresentado por Bolsonaro cinco dias antes.

Os dois maiores grupos de Facebook analisados foram o Movimento Avança Brasil (2,47 milhões de seguidores) e o Nas Ruas (1,08 milhão). Da última segunda-feira, dia 30, as duas páginas juntas fizeram mais de 30 publicações em texto, imagem ou vídeo com chamados para as manifestações. Nenhum deles pedia diretamente a destituição de Moraes, Barroso ou de qualquer outro ministro.

Os ativistas criticam com veemência medidas tomadas pelo STF durante o governo Bolsonaro, desde o inquérito das fake news, aberto ainda em 2019, até a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, no mês passado. O repúdio a todas essas medidas, no entanto, aparece nas convocações sob bandeiras como a liberdade de expressão, por exemplo.

“Existe muita narrativa, muita gente querendo dizer que os atos que nós temos movido podem ser considerados antidemocráticos, contra as instituições. E pelo contrário: nós estamos lá para defender as quatro linhas. Estamos lá para defender, sim, a Constituição”, afirmou Franklin Melo, um dos coordenadores do Avança Brasil, em live transmitida na última quarta.

O discurso em defesa da democracia contrasta com a postura que vinha sendo adotada, desde julho, pelo grupo que incluía o cantor Sérgio Reis e foi alvo de uma operação da PF (Polícia Federal) em agosto. Segundo a PGR (Procuradoria-geral da República), que está à frente da investigação, os ativistas vinham convocando atos para 7 de setembro com uma série de medidas antidemocráticas.

“O objetivo do levante seria forçar o governo e o Exército a ‘tomar uma posição’ em uma mobilização em Brasília em prol do voto impresso, proposta que foi, recentemente, derrotada na Câmara dos Deputados, bem como a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal”, afirmou a PGR ao pedir providências contra o grupo.

“Para tanto, pretendem dar um ‘ultimato’ no presidente do Senado Federal, invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal, ‘quebrar tudo’ e retirar os magistrados dos respectivos cargos ‘na marra'”, completou o órgão.

Pelo menos desde a operação da PF, no último dia 20, propostas violentas não são encontradas com frequência nas convocações. Os bolsonaristas têm enfatizado, em geral, que pretendem fazer uma manifestação pacífica, e que eventuais distúrbios seriam obra de representantes da esquerda nas manifestações.

Uol  

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