Jantar com piadinhas derruba popularidade efêmera de Temer

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Foto: Reprodução

Se o ex-presidente Michel Temer tinha alguma esperança de turbinar sua imagem para faturar politicamente em 2022 com a carta que Jair Bolsonaro assinou, recuando das ameaças ao Supremo, pode desistir. O rápido crescimento popularidade que Temer registrou na internet depois da divulgação da carta foi revertido assim que as imagens do jantar de comemoração na casa de Naji Nahas viralizaram na rede.

Essa é a conclusão que se extrai de um levantamento feito pela consultoria Quaest com base na pontuação de Temer no Índice de Popularidade Digital. O IPD, criado pela consultoria, combina 152 variáveis – como citações em buscadores, seguidores nas redes sociais, comentários, likes e views – coletadas por um algoritmo no Twitter, no Facebook, Instagram, Youtube, Wikipedia e Google.

A pontuação de uma personalidade no índice pode variar de 0 a 100. Antes da carta, Temer marcava 18 pontos. Mas logo depois que Temer surgiu em Brasília transportado em um avião da FAB que Bolsonaro mandou a São Paulo para buscá-lo, essa realidade mudou. Em cinco dias, o número foi a 40 pontos.

Além de escrever a carta, o ex-presidente também mediou uma conversa por telefone entre Bolsonaro e Alexandre de Moraes, que conduz as investigações contra o presidente e seus aliados no inquérito das fake news. Temer, então, fez o que pode para surfar com a súbita exposição na mídia. Deu entrevistas, recheou seu instagram de fotos e vídeos relacionados ao episódio e ganhou referências, elogios e memes.

Mas a alta foi breve. Seis dias depois, as imagens do jantar em que Temer gargalhava das imitações que o humorista André Marinho fazia de Bolsonaro fizeram o IPD do ex-presidente despencar.

As cenas de um grupo de homens brancos debochando do presidente da República em uma rica sala paulistana repercutiram muito mal entre os internautas, que logo relacionaram o episódio à tradição oligárquica da política brasileira.

Hoje, Temer está de volta à faixa dos 20 pontos, em que figuram personalidades como o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

Para o cientista político Felipe Nunes, dono da Quaest, o comportamento de Temer no indicador mostra que gerar esse tipo de fato positivo, embora possa ajudar na estratégia política de um pretenso candidato, não é suficiente para garantir tração nas redes.

O aumento do interesse e as referências positivas poderiam ter sido usadas pelos marqueteiros do ex-presidente para tentar aumentar seu alcance e começar a fidelizar potenciais eleitores. A notícia do jantar cortou a estratégia pela raiz. “Temer jogou fora uma grande oportunidade política que ele mesmo construiu”, disse Nunes.

Quando se trata de aproveitar eventos para gerar tração em torno de seu nome nas redes, é Temer quem tem a aprender com Jair Bolsonaro. O presidente, que é campeão em popularidade digital entre os políticos no indicador da Quest – costuma registrar uma média de 70 pontos. No dia 7 de setembro, sua popularidade nas redes chegou a 83 pontos. Lula tem marcado 60 pontos.

Embora o IPD capture apenas o humor das redes, o indicador se mostrou eficiente em captar tendências na eleição de 2020, segundo Nunes. Assim, não é bom para alguém que pretenda se cacifar como candidato competitivo ter uma popularidade tão baixa numa arena fundamental nas eleições de 2022.

A julgar por esses números, se quiser renascer para a política nacional, Temer vai precisar de muita criatividade para produzir novas “cartadas” – e também de competência e uma boa dose de sorte para não ver tudo ir abaixo nos dias seguintes.

O Globo

 

 

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