Parte do PP resiste a filiação de Bolsonaro

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Foto: Reprodução/ Internet

O ingresso do presidente Jair Bolsonaro no PP, estimulado pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado da sigla, provoca resistências de alas do partido, que têm demonstrado maior disposição em dialogar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou até mesmo com nomes da chamada terceira via para definir composições para a disputa eleitoral do ano que vem.

Formado por mulheres e por lideranças do Norte e do Nordeste da legenda, o grupo resiste à possibilidade de dar palanque a Bolsonaro nas disputas regionais. O objetivo é fechar as portas para o presidente e minar qualquer intenção que ele tenha de embarcar na sigla comandada interinamente por André Fufuca (PP-MA). Bolsonaro está sem partido há quase dois anos e precisa escolher uma legenda até março para concorrer em 2022.

A resistência já foi comunicada por essas alas do partido ao próprio Ciro Nogueira, que é presidente licenciado da sigla.

No Nordeste, o ex-presidente ostenta a sua maior dianteira em pesquisas de opinião e o PP tem proximidade com o PT e outras lideranças da esquerda na Bahia e em Pernambuco, entre outros Estados. No Estado do Piauí, contudo, o próprio Ciro Nogueira pode encabeçar uma chapa ao governo estadual contra o PT.

O grupo pretende retardar a definição do PP na eleição presidencial, que seria automática caso a entrada do presidente e de seu grupo se materialize. Bloquear a entrada de Bolsonaro é visto por esse grupo como essencial, já que os acertos locais de PP com partidos de esquerda ficariam inviabilizados.

Na avaliação dessas alas, o próprio Bolsonaro colocaria como impeditivo para se filiar ao partido o fato de parte da legenda estar flertando com a possibilidade de apoiar Lula em 2022. Procurado pelo Valor, Ciro Nogueira não respondeu até o fechamento dessa edição.

Valor Econômico

 

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