Polícia Civil faz buscas em endereços de Marcio França

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Foto: Alex Silva/Estadão

A Polícia Civil de São Paulo cumpre na manhã desta quarta-feira, 5, mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) em uma nova etapa da Operação Raio X – investigação sobre supostos desvios em contratos firmados entre prefeituras e organizações sociais na área da Saúde.

O inquérito apura supostos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro. O Ministério Público paulista e a Corregedoria Geral da Administração – braço da Casa Civil do governo do Estado que investiga contratos da administração pública – participam das apurações.

Ao todo, 34 endereços são vasculhados pelos investigadores nas regiões de Araçatuba, Bauru, Baixada Santista, Campinas, São Paulo e Presidente Prudente.

A Polícia Civil de São Paulo suspeita de uma suposta ligação entre França, pré-candidato ao governo paulista, e o médico Cleudson Garcia Montali, apontado como líder do grupo investigado na Raio X.

Em agosto, Montali foi condenado a 104 anos, dois meses e 20 dias de reclusão. No mês passado, uma primeira sentença sobre o caso emitida pelo juízo de Birigui, no interior paulista, imputou ao médico mais 96 anos de prisão.

Os policiais investigam se Montali realizou doações financeiras para a campanha eleitoral em que Márcio França concorria ao governo de São Paulo. O político do PSB disputou as eleições 2018 com o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Além de suspeitar de um ‘vínculo de amizade’ entre o médico e o pré-candidato ao governo do Estado, os investigadores querem apurar se o grupo alvo da Raio X teria feito contribuições à campanha de França à prefeitura de São Paulo em 2020.

A ‘Raio X’ foi inicialmente deflagrada em setembro de 2020, cumprindo 64 mandados de prisão temporária e 237 mandados de busca e apreensão expedidos pelos Juízos das Varas de Birigui e Penápolis, no interior de São Paulo.

Algumas das ordens foram executadas até na Câmara Municipal de São Paulo – incluindo um mandado contra servidor do gabinete do vereador Eliseu Gabriel, do mesmo partido de França – e na Secretaria de Saúde do Estado.

Uma semana após a primeira fase da operação, o Ministério Público de São Paulo denunciou 70 pessoas pela prática dos crimes de organização criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude à licitação.

Quatro sentenças já foram proferidas sobre o caso, determinando penas que variam de 4 e 104 anos de prisão por crimes como peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os investigadores suspeitam que tenha havido um desvio de R$ 500 milhões em recursos da saúde pública.

Em nota publicada no Twitter, França classificou a operação como ‘política’ e afirmou: “Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas ‘autoridades’, com ‘medo de perder as eleições’, tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa”.

 

Também nas redes sociais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se solidarizou com França, afirmando: “Que se investigue tudo, mas com direito de defesa e sem espetáculos midiáticos desnecessários contra adversários políticos em anos eleitorais”.

O petista fez um movimento semelhante quando o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) foi alvo de buscas em investigação sobre supostas fraudes e pagamento de propinas a agentes políticos e servidores públicos envolvendo as obras no estádio Castelão, em Fortaleza, capital cearense, entre 2010 e 2013.

Na ocasião, o pedetista se disse vítima de uma ordem judicial “abusiva” e afirmou que o País vive sob um “Estado policial” na gestão de Jair Bolsonaro.

COM A PALAVRA, O EX-GOVERNADOR

Leia a íntegra da nota divulgada por França:

Começaram as eleições 2022. 1ª Operação Política. Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas “autoridades”, com “medo de perder as eleições”, tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa.

Toda operação policial tem nome! Essa é uma operação política e não policial. Ela é, evidentemente, de cunho político eleitoral. Não tenho ou tive qualquer relação comercial ou advocatícia com as pessoas jurídicas e físicas que são alvo da investigação.

É lamentável que se comece uma eleição para o Governo de SP com estas cenas de abuso de poder político.

Já venho há tempos alertando que um grupo criminoso em SP tenta me impedir de expressar a verdade. Sabem que não compactuo com eles, que querem tomar conta do Estado de SP. Se depender de mim, não vão conseguir.

Eu não sou alvo de nenhuma operação, pois sou advogado particular, não tenho relações nem vínculo com serviços públicos. Não tenho relação com a área médica ou de saúde. Tenho 40 anos de vida pública, não respondo a nenhum processo criminal.

Só deixarei de ser governador de SP se o povo paulista não quiser. Não tenho medo de ameaças ou de chantagem. Em 40 anos de vida pública, já fui muitas vezes difamado e injustiçado, nunca condenado.

Aliás, já enfrentei adversários muito mais qualificados. Não vão ser os meus atuais concorrentes, notórios mentirosos, que me farão recuar.

Estadão 

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No alvorecer de 2017, o blogueiro Eduardo Guimarães foi alvo de operação da Polícia Federal não por ter cometido qualquer tipo de crime, mas por ter feito jornalismo publicando neste Blog matéria sobre a 24a fase da Operação Lava Jato, que focava no ex-presidente Lula.

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