Após Republicanos se aproximar de Lula, Bolsonaro procura o partido

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Como parte de uma aliança costurada pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro Tarcísio de Freitas decidiu nesta quinta-feira se filiar ao Republicanos para disputar o governo de São Paulo. O ato deve ser oficializado no início da próxima semana.

O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, vinha reclamando que filiações de nomes expressivos estavam sendo levadas apenas ao PL, partido de Bolsonaro, em detrimento da sua legenda.

A ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) também vai se filiar à sigla de Pereira. Conforme mostrou a Coluna de Lauro Jardim, ela teve a filiação vetada pelo PTB de Roberto Jefferson, e encontrou no Republicanos uma alternativa.

Damares chegou a anunciar ao presidente Bolsonaro esta semana que não queria participar da eleição deste ano, mas ele insiste que ela mantenha a candidatura. Inicialmente, a ideia era que a ministra concorresse ao Senado, mas agora ela cogita buscar uma vaga na Câmara.

— Acho que não vou mais desistir, não sei. Pessoalmente não tenho intenção de ser candidata. Mas já percebi que faz parte de um projeto maior. Quem decide é o capitão, e ele quer (a candidatura) — disse Damares, ao GLOBO, na última terça-feira.

Em fevereiro, o Republicanos começou a dar sinais públicos de insatisfação com Jair Bolsonaro. Nos bastidores, integrantes da legenda ameaçaram retirar o apoio ao presidente à reeleição.

Marcos Pereira chegou a dizer que Bolsonaro “só atrapalha” as negociações em andamento para que o Republicanos atraia novos políticos durante a janela partidária.

— (Estamos) trabalhando bem (para a janela partidária), acho que vai ser bom, vamos sair um pouco maior. Sem a ajuda do presidente (Bolsonaro), por enquanto. Porque até agora ele só atrapalhou — disparou Marcos Pereira, na ocasião.

A partir de então, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) entrou em cena para buscar um acordo com Pereira.

Paralelamente, a expectativa é que o ministro João Roma (Cidadania) deixe o Republicanos e se filie ao PL para disputar o governo da Bahia, seguindo a orientação do presidente da República, que precisa de palanque no Estado.

Antes, outros ministros de Bolsonaro, como Fábio Faria (Comunicações) e Tereza Cristina (Agricultura), decidiram se filiar ao PP. Já Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) foi para o PL.

O Globo