Discurso de Alckmin foi voltado aos petistas

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Foto: Reprodução

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin estreou no PSB, seu novo partido, com um discurso que pode até ter frustrado aqueles que esperavam sinalizações ao mercado. Este, porém, não era mesmo o público-alvo prioritário. O ex-tucano buscou, isso sim, reduzir a desconfiança da militância de esquerda e rebater as críticas daqueles que o questionam por aliar-se ao PT depois de anos de embates.

Alckmin deixou o PSDB, filiou-se ontem ao PSB e só deixará de ocupar a vaga de vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se algum fato extraordinário atrapalhar as articulações entre estes dois partidos.

Alckmin destacou que é preciso ter coragem para enfrentar o “momento excepcional” que o Brasil vive. Lembrando seu início de carreira, no qual candidatou-se a vereador em meio ao processo de redemocratização, afirmou que agora a primeira tarefa é combater a mentira, as agressões às instituições e à própria democracia.

Ele mesmo recordou que manteve disputas diretas com Lula no passado, mas frisou que elas nunca colocaram em risco a democracia. E argumentou que PSDB e PSB têm origens comuns na luta social.

Logo na sequência, destacou que neste “momento grave da vida nacional” o país enfrenta dois pesadelos: a violência e a miséria. Segundo ele, a dívida social cresceu e, portanto, a razão de estar no PSB é tentar dar esperança à população. “É preciso olhar para frente, não aprofundar rixas do passado.”

No campo econômico, disse que Lula, se eleito, irá alargar o horizonte do desenvolvimento e reduzir as diferenças sociais. E em entrevista a jornalistas, ponderou que a relação dívida/PIB caiu nas administrações do petista. Para ele, em 2023 a missão será retomar a atividade econômica, o emprego e a renda. Aos repórteres, disse ainda que não vê necessidade de acalmar os empresários.

Sua principal mensagem de confiança fora dada minutos antes, ainda em seu discurso, e dirigida a Lula e apoiadores do petista. Citando Mário Covas, pontuou: “Apoiar não significa deixar de emitir discordância. Igualmente, é preciso não confundir discordância com ultimato nem lealdade com subserviência. Lealdade é o valor praticado entre companheiros. Mas, há uma forma de lealdade que se sobrepõe a todas, a lealdade aos destinos do país”. Ao seu estilo, Alckmin vai consolidando o caminho para estar ao lado de Lula na disputa presidencial.

Valor Econômico