Lula diz que democracia obriga conversar com adversários

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que a eleição não será fácil e defendeu, em razão disso, a necessidade de diálogo e composição com pessoas que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Em ato com mulheres parlamentares e representantes de movimentos sociais em São Paulo, o petista ouviu menções críticas às alianças que tem feito e ao ex-governador Geraldo Alckmin, que está em conversas avançadas para ser o seu vice.

— A luta não será fácil. Não existe essa de já ganhou. Eleição só sabe o resultado depois da apuração. A gente vai ter que ter uma grande habilidade de construir as nossas alianças, muita habilidade para conviver com pessoas. Por exemplo, tem gente que fala: pô, Lula você conversou com um cara que votou no impeachment. Se eu não for conversar com quem votou no impeachment, vou deixar de conversar com pelo menos 400 deputados. Como a gente faz? Como a gente constrói? — discursou Lula.

O ex-presidente acrescentou que será preciso ter maioria no Congresso para implantar as mudanças no país e que isso tem que ser construído durante o processo eleitoral. Antes, duas participantes do ato haviam criticado as composições que estão sendo articuladas por Lula. Sonia Coelho, Marcha Mundial das Mulheres, disse para Lula:

— Não confie em golpista.

Já Junéia Batista, secretaria da mulher da CUT, afirmou:

— Eu não quero saber da história do vice. Depois a gente, conversa.

No discurso, Lula também defendeu a implantação de uma reforma política para que as mulheres possam ter mais participação no parlamento. Atacou ainda novamente a reforma da Previdência e a política de preços da Petrobras. Para o ex-presidente, é necessário investir em refinarias nacionais para que o preço dos combustíveis não fique atrelado ao dólar.

O Globo