Turista de SP é preso na BA por injúria racial

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

“Racista, racista”, grita um grupo de pessoas em um vídeo que circula nas redes sociais. O alvo da acusação é um turista de São Paulo, de 50 anos, preso em flagrante por injúria racial e resistência. O caso aconteceu na última quinta-feira, 3, no Restaurante Varanda Mucugê, em Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro, a 700 quilômetros de Salvador.

Segundo testemunhas, o suspeito teria chamado um homem de ‘macaco’. Após a polícia ser acionada e comparecer ao local, o acusado proferiu ofensas à corporação e ainda resistiu à abordagem. Com isso, um dos policiais deu um mata-leão no homem para conseguir conduzi-lo à delegacia

O momento foi registrado por alguns clientes do restaurante. De acordo com informações do proprietário do estabelecimento – que afirmou não ter visto os xingamentos -, o investigado teria discutido com a vítima na rua e pouco tempo depois de retornar ao restaurante foi abordado pela guarnição.

Nas imagens, enquanto a população dispara “saia da nossa terra”, o homem diz: “estou dentro do meu direito”. Após alguns segundos, ele pede “filma, filma, ele [policial] está me enforcando”. Um homem que estava acompanhando o acusado, se levanta da mesa e tenta conversar com os policiais e o suspeito.

Após quase dois minutos de abordagem, o turista é levado para a viatura. Com gritos e aplausos, a PM é ovacionada pelas pessoas. Ele foi encaminhado para a Delegacia Territorial de Porto Seguro e liberado após pagar uma fiança de R$ 5 mil.

As identidades da vítima e do acusado não foram reveladas pela Polícia Civil. Até a publicação deste texto, a reportagem do Estadão não conseguiu contato com o suspeito.

O restaurante onde o acusado foi preso, publicou uma nota nas redes sociais. Confira a mensagem na íntegra:

COM A PALAVRA, O RESTAURANTE VARANDA MUCUGÊ

“O Varanda Mucugê esclarece que não tem qualquer tipo de envolvimento com o ocorrido na noite de ontem. Repudiamos qualquer tipo de preconceito e discriminação, e não compactuamos com os atos ou atitudes tomadas pelo cidadão envolvido no lamentável ocorrido em questão.”

Estadão