ONU alude a “autoritarismo” no Brasil

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Foto: Ludovic Marin/AFP

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, usou o palco da Cúpula das Américas para alertar para a onda autoritária e de desinformação que atinge a região. Num discurso recebido por delegações como um recado claro sobre a ameaça à democracia, o chefe das Nações Unidas alertou sobre a crise que vive o Hemisfério.

Nas instituições internacionais, as ameaças do presidente Jair Bolsonaro contra a democracia e seu amplo uso de desinformação como estratégia de poder preocupam. Nos últimos meses, a ONU já chamou a atenção do Brasil por conta do encolhimento do espaço cívico.

Guterres, em seu discurso, não citou nomes de países. Mas, mesmo dentro do Itamaraty, o tom usado foi considerado como um recado também à realidade brasileira.

“Atravessando a região, vemos países que continuam a ser sobrecarregados por uma poção tóxica de desigualdade, pobreza, crime, insegurança e desconfiança”, disse. Para ele, o temor é de que, sem resultados concretos para seus desafios diários, “as pessoas correm o risco de perder sua fé em seus governos e em suas instituições”.

“Elas veem frequentemente o crime e a corrupção ficarem impunes”, disse. “Eles veem um sistema financeiro global quebrado que beneficia os ricos e pune os pobres. Veem mentiras, desinformação e discurso de ódio se virando, semeando divisões, desconfiança e ódio”, declarou.

“E ouvem as vozes da democracia afogadas por sentimentos autoritários e nacionalistas crescentes, dando falsas promessas de segurança e prosperidade”, alertou.

Guterres pediu que a região se comprometa com “sistemas democráticos que protegem os defensores dos direitos humanos e refletem realmente a voz do povo”.

O alerta sobre a democracia emitido por Guterres não foi um ato isolado. Um dia antes, o anfitrião do evento e presidente dos EUA, Joe Biden, havia afirmado que a democracia estava sob ataque.

Uol