Bolsonaro provoca violência para tentar adiar eleição

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Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O presidente Jair Bolsonaro (PL) pode tentar se aproveitar de uma eventual radicalização do ambiente político às vésperas da votação presidencial para adotar medidas extraordinárias, como suspender o processo eleitoral. Essa foi a avaliação feita pelo senador Humberto Costa (PT-PE), em entrevista concedida na manhã desta terça-feira, 12, ao Jornal PT Brasil, veiculado pela TV PT, veículo oficial do partido.

A declaração foi dada em comentários do senador, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, sobre as causas e as consequências do assassinato do militante petista Marcelo Arruda, no sábado 9, em Foz do Iguaçu (PR), por um simpatizante bolsonarista enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos, cujo tema era a candidatura de Lula. O autor do crime, Jorge Guaranho, que teria chegado ao local entoando gritos de apoio a Bolsonaro, também foi baleado, mas sobreviveu e está preso.

Segundo Humberto Costa, Bolsonaro estimula há muito tempo os seus seguidores, especialmente os mais fanáticos, a praticarem a violência política, principalmente por meio de “discursos de ódio, apologia ao uso de armas e a ideia de que os adversários devem ser tratados à bala”.

“Isso reflete um grande desespero que Bolsonaro está vivendo nesse momento. Ele sabe que pelo voto popular dificilmente conseguirá se reeleger presidente da República e agora a sua tentativa é a de criar um ambiente hostil, um ambiente violento, inclusive para que ele possa adotar alguma medida extraordinária como a suspensão da eleição e a rejeição ao resultado das urnas, com o questionamento à legalidade e à legitimidade do processo”, disse.

Para ele, não é possível relativizar a probabilidade de Bolsonaro tentar tumular a eleição presidencial. “Não podemos subestimar porque Bolsonaro goza de apoio de uma parcela importante da cúpula das Forças Armadas, das polícias civis e militares e vai tentar se basear nisso para sujar o processo eleitoral”, afirmou, ressaltando, no entanto, que o presidente não tem apoio da população, da sociedade civil e internacional.

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