Bolsonaro ignora a pesquisas e se diz “maioria do bem”

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Danilo Verpa – 25.jul.2022/Folhapress

Em culto promovido nesta quarta (3) pela bancada evangélica do Congresso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) evocou uma maioria cristã “do bem” e ironizou mais uma vez a carta em defesa da democracia que já acumula mais de 660 mil assinaturas.

“Nenhum de vocês que assinaram cartinhas por aí se manifestaram naquele momento”, disse o candidato à reeleição ao comentar medidas tomadas por prefeitos e governadores para conter a crise pandêmica nos primeiros meses da Covid-19, que ele chama de autoritárias.

“Vocês todos sentiram um pouco do que é ditadura”, disse Bolsonaro, um notório defensor do regime militar instalado em 1964 no Brasil.

Em breve discurso, o presidente repisou temas que julga fulcrais para uma nação verdadeiramente cristã, como o rechaço a uma suposta onda comunista que tomaria o país em caso de eleição do ex-presidente Lula (PT), adversário que venceria no 1º turno se a eleição fosse hoje, segundo recente pesquisa Datafolha.

Declarou, num plenário da Câmara lotado por aliados: “Peço a Deus que meu povo, nosso povo, não sinta as dores do comunismo.”

“Nós somos a maioria, nós somos do bem, e tenho certeza que venceremos essa batalha”, afirmou no primeiro culto do semestre realizado pela frente parlamentar que reúne os evangélicos do Congresso.

Como já virou praxe, instigou a polarização evocando “a luta do bem contra o mal” e disse que está claro de que lado ele se posiciona.

Bolsonaro não fugiu do script que tem seguido em encontros com esse segmento religioso.

Sugeriu que os rivais da esquerda querem impor uma ideologia de gênero e sexualizar crianças “de cinco, seis anos” nas escolas, o que não tem lastro na realidade. Também fustigou a legalização das drogas, bandeira progressista que costuma assustar fiéis.

Mais uma vez, resgatou o atentado a faca que sofreu na campanha que lhe deu a faixa presidencial. Só não morreu naquele dia foi por intervenção divina, disse.

“Creio que isso é um destino, mas um destino de Deus, tanto é que acredito na medicina, devo muito aos médicos, mas muitos deles me dizem que quem me salvou em 2018 foi a mão de Deus.”

Folha