Bolsonaro retoma lenga-lenga sobre Lei Rouanet

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Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em agenda com pastores evangélicos, nesta quinta-feira (4/8) em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que artistas que assinaram o manifesto em defesa da democracia receberam “milhões da Lei Rouanet”. A fala faz parte de uma série de ataques que o mandatário tem disparado contra o documento. Na quarta-feira (3/8), por exemplo, chamou o manifesto de “cartinha”.

Nesta quinta, Bolsonaro comentava a destinação de recursos para o combate à pandemia de Covid-19 em 2020 quando disse que os artistas “rodaram”:

“Essas pessoas que assinaram a cartinha em defesa da democracia agora, muitos artistas que pegaram por ano até R$ 10 milhões da Lei Rouanet, rodaram. A gente tinha que atender o pessoal mais humilde”, afirmou em discurso. “Agora se arvoram como defensores da democracia”, criticou ainda.

Bolsonaro também afirmou que, na época da pandemia, em que considera terem havido medidas excessivas de lockdown, ninguém se apresentou em defesa da democracia.

“Naquela época, ninguém assinou cartinha defendendo a democracia. Agora, tem pessoas assinando cartinhas pela democracia para dizer que eu não sou democrata. Eu não me omiti em nenhum momento durante a pandemia, até o fato de andar sem máscara é para mostrar que nós devemos nos preocupar com o vírus, sim, mas não podemos nos acovardar”.

O documento ao qual Bolsonaro se refere é organizado por juristas e pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP), e está próximo de bater um milhão de assinaturas em apoio.

O manifesto foi elaborado com o intuito de defender a democracia e as urnas eletrônicas, constantemente atacadas pelo presidente da República. O texto será lido na Faculdade de Direito da USP no dia 11 de agosto.

Entre os artistas signatários do documento estão os cantores Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Gal Costa.

No empresariado, entre os assinantes estão Luiza Trajano (Magazine Luiza), Fábio Barbosa (Natura), Pedro Moreira Salles (Itaú Unibanco), Eduardo Vassimon (Votorantim) e Walter Schalka (Suzano Papel e Celulose).

Metrópoles