Bolsonaro teme ataque de Lula no JN

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O núcleo jurídico da campanha de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição vai acompanhar em tempo real a entrevista de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Jornal Nacional na noite desta quinta-feira, para mapear cada menção que Lula fará ao atual ocupante do Palácio do Planalto.

Se o petista chamar o adversário de “genocida” ou “miliciano” ao vivo, os advogados de Bolsonaro pretendem ingressar com novas ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para enquadrá-lo.

O objetivo é rastrear “excessos verborrágicos atentatórios à liberdade de expressão, notadamente imputação de crimes, discurso de ódio e disseminação de informações falsas”, segundo um aliado de Bolsonaro.

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A estratégia se encaixa em um movimento mais recente do time jurídico de Bolsonaro de fazer frente às sucessivas ações apresentadas pelo PT e Lula contra Bolsonaro.

No caso do PT, o partido investe em ações mesmo que tenham pouca chance de sucesso, porque servem de arma política na guerra da comunicação da corrida eleitoral.

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No último dia 10, os advogados de Bolsonaro tiveram uma primeira vitória, com a decisão do ministro do TSE Raul Araújo que atendeu ao pedido feito pelo PL e determinou a remoção de vídeos em que Lula chama Bolsonaro de “genocida”.

A decisão de Araújo atropelou uma costura feita nos bastidores pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, para que a corte adotasse um entendimento no sentido contrário.

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Integrantes do TSE e especialistas ouvidos pela equipe da coluna criticaram duramente a decisão por avaliar que ela ameaça a liberdade de expressão.

Nesta semana, Moraes definiu o time de ministros que vai ficar responsável por analisar ações de propaganda durante estas eleições.

Conforme informou a coluna, Moraes manteve a ministra Cármen Lúcia na função, mesmo ela tendo sido efetivada titular, o que é um procedimento incomum, já que esse papel costuma ser desempenhado por ministros substitutos.

O novo presidente do TSE manteve o time que já cuidava de propaganda na gestão de seu antecessor, formado por Cármen e pelos ministros Maria Claudia Bucchianeri e Raul Araújo.

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Moraes também decidiu reforçar a equipe com o ministro Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, que é da cota do STJ, assim como Raul Araújo.

A avaliação de uma ala do TSE é a de que a Corte deve ter uma atuação mais contida na campanha, não cabendo à Justiça Eleitoral funcionar como uma espécie de moderadora onipresente do debate político.

Globo