Lira aceita declarar rejeição ao golpe

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Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defenderam ontem a democracia, embora tenham adotado tons diferentes. Lira, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), usou tom mais cauteloso, enquanto Pacheco disse que o Congresso Nacional não aceitará movimentos que signifiquem retrocesso e autoritarismo.

O senador manifestou-se em suas redes sociais após a leitura das cartas em defesa da democracia na Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, em São Paulo, em evento que reuniu acadêmicos, políticos, representantes sindicais, estudantes, empresários e sociedade civil. “O Congresso Nacional sempre será o guardião da democracia”, escreveu em seu perfil no Twitter.

“Não há a menor dúvida que a solução para os problemas do país passa necessariamente pela presença do Estado de Direito, pelo respeito às instituições e apoio irrestrito às manifestações pacíficas, à liberdade de expressão e ao processo eleitoral. Desenvolvimento, bem-estar e justiça só prosperam em ambiente de livre pensamento, base da verdadeira pátria livre e soberana”, afirmou Pacheco na rede social.

Já o presidente da Câmara evitou falar diretamente sobre os atos realizados ontem e destacou também nas redes sociais que o Poder Legislativo “é o coração e a síntese da democracia”. “É a sua representação maior, pela sua diversidade e convivência harmônica e permanente dos divergentes”, escreveu Lira. “No Legislativo, todos os dias são atos pela democracia, atos que produzem efeitos concretos e transformadores na vida do país e dos brasileiros. Democracia, uma conquista de todos”, acrescentou.

A interlocutores, Lira disse que a postura mais cautelosa, sem citar os atos, ocorreu para não inflamar os ânimos com Bolsonaro, que tem ironizado as manifestações e criticado a postura dos empresários que as apoiaram. Para o presidente da Câmara, o melhor é distensionar a relação entre os Poderes e declarações mais contundentes não ajudariam isso a ocorrer.

A temperatura, afirmou Lira a aliados, deve “esfriar”, mesmo com os seguidos ataques do presidente ao Judiciário e às urnas, porque recebeu relatos de que foi “bom o clima” entre Bolsonaro e o ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), quando o magistrado foi entregar, anteontem, o convite de sua posse na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Valor Econômico