Datafolha põe campanhas de Ciro e Bolsonaro em pânico

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Foto: Reprodução/TV Globo

O lento avanço do petista Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas Datafolha e Ipec divulgadas, respectivamente, nesta quinta-feira, 22, e na segunda-feira, 19, está praticamente desmoronando as campanhas dos adversários Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT).

Pelo Datafolha, Lula já alcançou 50% dos votos válidos, podendo liquidar a eleição ainda no primeiro turno, especialmente se for favorecido pelo voto útil de eleitores desistentes de Ciro Gomes. A pesquisa Ipec também apontou que Lula está se aproximando da vitória em primeiro turno.

Um dos principais protagonistas da campanha de Bolsonaro, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, simplesmente pegou o boné. Presidente nacional do PP, o ministro anunciou que está se licenciando do governo para tratar da campanha eleitoral de seu partido no Piauí.

No caso do candidato do PDT, Ciro Gomes, ele reclama estar sendo abandonado por seu partido publicamente. Nomes históricos da legenda já anunciaram adesão à campanha de Lula para o Planalto, ao mesmo tempo que responsabilizam o marqueteiro João Santana pelo “tom bolsonarista” dos ataques do candidato a Lula.

Ciro já está praticamente fora do páreo. O presidente do partido, Carlos Lupi, tem dito aos interlocutores mais próximos que não pode abandonar o candidato e que vai até o final com ele. Mas admite que não há mais solução. “Agora é tocar o barco”, disse a um aliado.

Também na campanha de Bolsonaro o clima de fim de festa começa a se abater sobre os integrantes. O ministro Ciro Nogueira não admitiu publicamente, mas largou a eleição presidencial em meio a uma guerra com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Ciro Nogueira acusa Guedes, nos bastidores do governo, de ser o verdadeiro responsável pelas dificuldades de Bolsonaro. Tanto por ter demorado a aceitar a renovação e o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600, como pelos contingenciamentos de verbas do Orçamento que arrefeceram o ânimo dos cabos eleitorais bolsonaristas nos estados.

Guedes, por sua vez, responsabiliza Ciro pela proximidade do naufrágio. Segundo ele tem dito no governo, o chefe da Casa Civil atuou o tempo inteiro para detonar a política econômica, já que estava menos preocupado com a reeleição de Bolsonaro do que em liberar verbas para a eleição de parlamentares do centrão.

Nesta quarta-feira, 21, conforme revelou o colunista do UOL Ricardo Feltrin, o ministro da Economia abandonou uma entrevista que iria ao ar na RedeTV quando o apresentador, Luís Ernesto Lacombe, lhe perguntou se ele era contra ou a favor do piso salarial para enfermeiros, cujo veto foi derrubado no Congresso.

Guedes enxergou ali uma armação da área política do governo. Perguntou quem mais havia sido entrevistado por Lacombe. Ao ouvir que fora Ciro Nogueira, vociferou: “Esse cara não apoia o Bolsonaro, vocês estão sendo muito tendenciosos”.

Bolsonaro, por sua vez, resolveu deixar a briga correr solta. Está tendo que administrar uma disputa interna entre seus filhos.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)), que está alinhado com o marketing da campanha, cobra moderação do presidente, enquanto o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) insiste que o pai aumente os ataques aos adversários e à Justiça como forma de alimentar a militância bolsonarista para o período pós-eleitoral.

Na prática, ambos jogaram a toalha. Flávio teme pela evolução das ações judiciais caso o pai perca a eleição. Carlos acha que somente a manutenção de um forte apoio da militância poderá segurar os adversários quando o pai deixar o governo.

Uol