Lula acusa Bolsonaro por genocídio de indígenas

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Ricardo Stuckert/Secom

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste domingo (22/1), que o abandono dos povos Yanomamis pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é “um crime premeditado” e um “genocídio”.

“Mais que uma crise humanitária, o que vi em Roraima foi um genocídio. Um crime premeditado contra os Yanomamis, cometido por um governo insensível ao sofrimento do povo brasileiro”, publicou o petista nas redes sociais. Lula e comitiva com três ministros estiveram nesse sábado em Roraima, onde visitaram a Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami após técnicos do Ministério da Saúde encontrarem diversos casos de desnutrição e doenças entre os indígenas.

Lula reiterou que, em seu governo, “os indígenas serão tratados com dignidade”.

“Não haverá mais genocídios. A humanidade tem uma dívida histórica com os povos indígenas, que preservam o meio ambiente e ajudam a conter os efeitos das mudanças climáticas. Essa dívida será paga, em nome da sobrevivência do planeta”, completou.

O presidente Lula também relatou o cenário crítico no qual encontrou os indígenas em Roraima.

“Adultos com peso de crianças, crianças morrendo por desnutrição, malária, diarreia e outras doenças. Os poucos dados disponíveis apontam que ao menos 570 crianças menores de 5 anos perderam a vida no território Yanomami nos últimos 4 anos, com doenças que poderiam ser evitadas”, disse o petista.

O chefe do Executivo federal acusou o antigo governo de “descaso e abandono”, e relatou a ação de garimpeiros ilegais. Segundo Lula, 20 mil garimpeiros ilegais se alocaram na região.

Ele afirma que a presença dos criminosos foi “incentivada pelo ex-presidente”. “Os garimpeiros envenenam os rios com mercúrio, causando destruição e morte.”

O mandatário do país ressaltou o seu compromisso de atuar para contornar a situação, ampliando a oferta de transporte para que os indígenas possam buscar atendimento médico. Além disso, o governo federal pretende destinar equipes médicas permanentes para a área.

Investigação
A Polícia Federal (PF) vai investigar crime ambiental e de genocídio contra o povo Yanomami. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, pedirá a abertura de um inquérito. A apuração deve começar a partir de segunda-feira (23/1).

A situação crítica levou o governo a decretar, na sexta-feira (20/1), Estado de Emergência em Saúde de Importância Nacional (Espin) no território.

“Há fortes indícios de crime de genocídio”, declarou Flávio Dino.

Metrópoles