Postagem golpista pode bloquear redes de Bolsonaro

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Foto: Reprodução / Youtube

A líder do Psol na Câmara, deputada Sâmia Bonfim (SP), afirmou nesta quarta-feira (11) que solicitará ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a suspensão das redes sociais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por causa da publicação de um vídeo, depois apagado, que contesta o resultado das eleições.

Após atos golpistas, Bolsonaro compartilha e depois apaga vídeo com mentiras sobre eleições Bolsonaro publicou em suas redes sociais na noite de terça-feira (10) um vídeo com a legenda “Lula não foi eleito pelo povo, ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE”, o Tribunal Superior Eleitoral.

No vídeo, o procurador Felipe Gimenez, do Mato Grosso do Sul, repete informações falsas que questionam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, sem provas, diz que o voto eletrônico não é confiável.

O discurso mentiroso sobre irregularidades na apuração dos votos é utilizado por bolsonaristas inconformados com o resultado da eleição, embora o Exército, Tribunal de Contas da União (TCU) e organismos internacionais não tenham encontrado o menor indício de fraude.

PP e Republicanos, que fizeram parte da coligação de Bolsonaro, defenderam que não houve fraude. No domingo (8), bolsonaristas radicais invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto pedindo intervenção militar contra o presidente Lula. Bolsonaro condenou a violência, mas, ao divulgar o vídeo nessa terça-feira, estimulou os golpistas.

A publicação foi apagada por ele cerca de duas horas depois. Para a deputada Sâmia Bonfim, a conduta reiterada do ex-presidente exige o bloqueio das redes sociais. A solicitação será feita no inquérito dos atos antidemocráticos, conduzido por Moraes no Supremo. “Será um pedido para aplicar a mesma sanção que ele já fez a outros como [a deputada Carla] Zambelli, etc”, disse.

O ministro determinou a suspensão das contas em redes sociais de mais de dez parlamentares por divulgação de informações falsas sobre fraudes na eleição. Além disso, o Psol voltará a pedir, neste mesmo inquérito, a prisão preventiva de Bolsonaro.

O primeiro pedido neste sentido foi feito pelo partido em 2 de janeiro, logo após ele deixar a Presidência. O ex-presidente está nos Estados Unidos desde o fim do ano.

Valor