Segundo Lula inteligência nao alertou ao Presidente

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Em sua primeira entrevista após a posse e a depredação das sedes dos Três Poderes, o presidente Lula (PT) afirmou ter havido um “erro” dos serviços de inteligência militar que não o alertaram sobre a possibilidade dos ataques golpistas.

Em recado às Forças Armada, disse à Globonews que quem quiser fazer política tire a farda”. “Nós temos inteligência do Exército, nós temos inteligência do GSI [Gabinete de Segurança Institucional], nós temos inteligência da Marinha, nós temos inteligência da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao Presidente da República, ou seja, que poderia ter acontecido isso”.

O que o presidente disse:

O serviço de inteligência contra ataques golpistas ‘não existiu’ Militares ligados aos atos serão punidos ‘não importa a patente’ ‘Impressão’ de que Bolsonaro ‘sabia de tudo’ e de que invasão era o ‘começo de um golpe’ Bolsonaro não é ‘carta fora do baralho’ em 2026

O chefe do Executivo estava em Araraquara, no interior de São Paulo, quando houve a invasão e a depredação de prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo Lula, as últimas informações que recebeu na ocasião foram que só tinham 150 pessoas no acampamento próximo ao quartel do Exército e que não seria mais permitida a entrada de ônibus com golpistas na cidade. “Viajei para São Paulo na maior tranquilidade. E aconteceu o que aconteceu”, completou.

Militares envolvidos no ato O presidente disse ainda que todos os militares que participaram dos atos terroristas serão punidos. “Não importa a patente.

Não importa a força que ele participe, todos que a gente descobrir que participaram dos atos serão punidos. Terão que ser afastados das suas funções e vão responder perante a lei”, disse. Lula afirmou ainda que aqueles que quiserem fazer política, deverão tirar a farda e renunciar ao cargo: “As pessoas estão aí para cumprir suas funções, e não para fazer política.

Quem quiser fazer política, tira a farda, renuncia ao seu cargo, cria um partido político e vá fazer política.” ‘Ordem de Bolsonaro’

O chefe do Executivo sugeriu ainda que Bolsonaro tinha conhecimento sobre os atos golpistas e que seus apoiadores estariam “acatando ordem e orientação” do ex-presidente.

“E o silêncio dele, mesmo depois do acontecimento aqui, me dava a impressão que ele sabia de tudo o que estava acontecendo, que tinha a ver com aquilo que estava acontecendo. Obviamente que quem vai provar isso são, sabe, as investigações”.

“Mas a impressão que me deixava era isso. Possivelmente o Bolsonaro estivesse esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe, sabe?”, completou

Eleições de 2026 Questionado, Lula afirmou que a trajetória política de Bolsonaro vai depender das investigações contra ele e do trabalho da justiça. Por isso, ainda não o considera uma “carta fora do baralho” na próxima corrida presidencial.

“Em todas as provocações que ele fez, vai ter muito processo contra ele, ou seja, vai depender muito da justiça. Eu não considero ninguém carta fora do baralho. Não considero ninguém”, justificou.

Atos golpistas Milhares de extremistas bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF em 8 de janeiro.

O efetivo policial não conseguiu conter os terroristas que invadiram os prédios dos três Poderes, muitos deles munidos com máscaras de gás e capacetes —indícios de que o ataque foi planejado. O presidente Lula decretou a intervenção federal do DF até o dia 31 deste mês.

Os terroristas atacaram primeiro o prédio do Congresso Nacional; Enfrentaram policiais que mantinham bloqueios na área, subiram a rampa do Congresso e, em seguida, tomaram as famosas cúpulas; Quebraram a vidraça do Salão Nobre do Congresso e conseguiram entrar, apesar da resistência da Polícia Legislativa; Depois disso, um grupo se dirigiu ao Palácio do Planalto e invadiu o prédio.

Policiais formaram uma barreira para impedir acesso ao interior do edifício, de onde despacham o presidente da República e vários ministros; O STF foi invadido e teve o plenário depredado.

 

UOL