Seguranças de Ibaneis dificultam ação da PF

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(crédito: Pedro Marra/CB/D.A Press)

A Polícia Federal cumpriu, ontem, mandados de busca e apreensão em endereços do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Os agentes e integrantes do Ministério Público Federal (MPF) estiveram no Palácio do Buriti; no escritório de advocacia dele; e na residência, no Lago Sul. A diligência também atingiu endereços do ex-secretário executivo de Segurança Pública do Distrito Federal Fernando de Sousa Oliveira, inclusive o antigo gabinete dele na SSP-DF.

A ação foi pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ibaneis Rocha e Fernando Oliveira são investigados no Inquérito 4923, sobre os atos golpistas em 8 de janeiro, quando houve depredação dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF. A apuração busca elucidar se autoridades foram omissas nos ataques.

Dos três endereços de Ibaneis, os agentes apreenderam dois computadores e documentos. Como o governador investigado não estava no DF, o celular dele não pôde ser confiscado.

Cinco policiais fizeram buscas na casa de Ibaneis. Eles chegaram por volta do meio da tarde e permaneceram no local por duas horas e meia. Não houve resistência para que a PF entrasse no local, onde o movimento de carros foi intenso no momento da medida. Houve relatos de que seguranças privados do gestor trataram jornalistas aos empurrões, tentando dificultar a produção de imagens.

No gabinete do governador afastado, no Palácio do Buriti, também houve busca e apreensão — embora ele esteja afastado do cargo desde as manifestações golpistas do dia 8. Também passou pelo crivo dos agentes o escritório de advocacia de Ibaneis, perto da Esplanada dos Ministérios.

Diferentemente do que ocorreu na casa de Ibaneis, a PF teve dificuldade de entrar no escritório, o que só foi possível após a chegada de um integrante da Ordem dos Advogados do Brasil seção DF (OAB-DF), que acompanhou as buscas. Os policiais deixaram o escritório por volta de 16h35.

A decisão de Moraes de autorizar buscas no escritório de Ibaneis foi alvo de críticas do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e será avaliada pela OAB nacional, que teme violação a prerrogativas de advogados.

Correio Braziliense