Anderson Torres acusa “militares do GSI”

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Cristiano Mariz/Agência O Globo/15-06-2022

Os advogados do ex-ministo e ex-secretário Anderson Torres pediram nesta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação da prisão preventiva a que ele está submetido. A defesa de Torres alega que ele não teve relação com as falhas de segurança que permitiram os atos terroristas do dia 8 de janeiro e aponta uma possível omissão do Exército e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgãos militares.

Na petição, endereçada ao ministro Alexandre de Moraes, os advogados afirmam que “não mais se nega” que os militares do GSI “não agiram para impedir os atos”. Eles também afirmam que o Exército não permitiu a desmobilização do acampamento que havia em frente ao Quartel-General, ressaltando que isso contribuiu para a demissão do ex-comandante Júlio César de Arruda.

“A desmobilização do acampamento pela PMDF foi impedida pelo General Júlio César de Arruda, um dos fatos que ensejaram, inclusive, o seu afastamento, no dia 21 de janeiro. Hoje, não mais se nega: os militares do Gabinete de Segurança Institucional(GSI) não agiram para impedir os atos”, diz o documento.

A defesa também afirma que o “serviço de inteligência não emitiu qualquer alerta ao Congresso Nacional sobre eventual plano de invasão dos Poderes”. Entretanto, a Secretaria de Segurança Pública do DF foi alertada sobre o planejamento do ataque.

Para os advogados, há a “ausência de elementos mínimos que indiquem indício suficiente de autoria por parte” de Torres, e que por isso a prisão merece ser relaxada.

A defesa também afirma que o ex-secretário “não representa qualquer risco” à investigação, ressaltando que ele foi exonerado do comando da Secretaria de Segurança. Eles também destacam que o ex-comandante da Polícia Militar Fábio Augusto, que teve a prisão decretada junto com Torres, foi liberado na semana passada.

Torres está preso desde o dia 14 em Brasília, por determinação de Alexandre de Moraes. Na semana passada, ele prestou um depoimento à Polícia Federal (PF).

O Globo