Lula em reunião com ícone da esquerda americana
Ricardo Stuckert/Divulgação
Washington (DC) – A proteção aos fundamentos democráticos no Brasil e nos Estados Unidos e a cooperação americana na conservação da Floresta Amazônica foram os principais tópicos da reunião entre Lula e o senador Bernie Sanders, nesta sexta-feira (10/2), em Washington. O encontro foi o primeiro compromisso oficial de Lula na curta agenda que cumpre na capital americana.
Sanders é o maior símbolo do movimento de esquerda nos Estados Unidos. Após a reunião com Lula, o senador de Vermont disse ser preciso proteger a democracia de “extremistas de direita”, como Donald Trump e Jair Bolsonaro.
“O presidente e eu conversamos sobre a necessidade de fortalecer os fundamentos democráticos, não apenas no Brasil, não apenas nos EUA, mas em todo o mundo, porque há uma ameaça massiva de extremistas de direita, autoritários como Trump ou Bolsonaro, que tentam minar a democracia. O nosso trabalho é fortalecer a democracia no Brasil, nos EUA e em todo o mundo”, afirmou Sanders.
O senador comemorou a iniciativa de Lula de visitar a sede da Federação Americana de Trabalho e Congresso das Organizações Industriais (AFL-CIO, na sigla em inglês). Segundo Sanders, Lula deixa claro que “as economias da América Latina e dos EUA” devem funcionar “para os trabalhadores, não apenas para o 1% de bilionários”.
Sanders disse que os EUA precisam estar envolvidos “com o Brasil, com a Europa e com qualquer país possível” para “acabar com o desmatamento e proteger a Amazônia”. Para o senador, a condição climática e o futuro da Amazônia “determinarão se vamos conseguir salvar o planeta ou não”.
O senador finalizou a breve coletiva de imprensa afirmando que “a forma como lidamos com a internet e com a desinformação é uma questão tanto para o Brasil quanto para os EUA”.
Bolsonaristas tentaram atrapalhar, com gritos, a entrevista de Sanders à imprensa em Washington.
Pequenos grupos se manifestam com cartazes a favor e contra Lula. Eles estão em frente à Blair House, casa de hóspedes do governo dos Estados Unidos, onde Lula está hospedado.
“Essas pessoas estão fazendo um ato antidemocrático, atacando um presidente sem provas. As urnas não servem para eleger Lula, mas serve para eleger a Damares”, disse a brasileira Miriam Marques, da Defend Democracy in Brazil. O grupo busca um encaixe na agenda de Lula.
Já o brasileiro Alessandro Boneares, que afirma ser empresário em Nova York, disse ter vindo espontaneamente a Washington para protestar contra Lula. O manifestante não quis dar mais detalhes de sua atuação e, sem ser perguntado, disse não ter recebido dinheiro para protestar.