Cabral diz que Moro fraudou também seu processo

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Foto: Pedro Teixeira/Agência O Globo

O ex-governador Sérgio Cabral pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão de uma ação penal na qual ele foi condenado pelo ex-juiz Sergio Moro a 14 anos e dois meses de prisão. Cabral quer que todos os atos de Moro no processo sejam anulados, devido a uma suposta parcialidade, que teria sido demonstrada em troca de mensagens com procuradores da Operação Lava-Jato.

A solicitação foi enviada ao ministro Ricardo Lewandowski, relator de uma ação que trata da Operação Spoofing, que investigou a invasão de celulares de Moro e dos procuradores da força-tarefa da Lava-Jato. A defesa de Cabral quer acesso a todas as mensagens apreendidas na operação que tenham relação com ele ou com os processos aos quais ele responde.

Para os advogados, os diálogos já divulgados comprovariam “o uso político do processo, a manipulação do juiz natural e da atuação de colaboradores premiados, a parcialidade dos magistrados das ações penais, entre outras ilicitudes que amesquinham os pilares de um Estado Democrático de Direito”.

O pedido de Cabral foi feito no âmbito de uma ação apresentada pelos advogados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa de Lula já conseguiu, com base nas mensagens da Spoofing, o encerramento de uma ação penal contra ele, que investigava supostas irregularidades na compra de caças suecos Gripen para a Aeronáutica.

Em um dos diálogos citados pelos advogados do ex-governador, o então chefe da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol (hoje deputado deputado), afirma a Moro que uma denúncia contra Lula foi apresentada, e que outra contra Cabral seria no dia seguinte. “Um bom dia afinal”, respondeu o então juiz.

A ordem de prisão determinada por Moro nesse processo foi a última a vigorar contra Cabral, mas foi derrubada em dezembro pela Segunda Turma do STF. Agora, os advogados do ex-governador afirmam que a condenação precisa ser suspensa porque há risco de ele voltar à cadeia, porque o caso já chegou ao STF e pode ser encerrado em breve.

O Globo