Lira trabalha na surdina contra blocão que o enfraquece

Todos os posts, Últimas notícias

(crédito: Reprodução/Instagram)

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tenta recuperar espaço após racha no Centrão que pode diminuir seu poder. Desde a última quarta-feira, a aliança formada por MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC tornou-se o maior bloco da Casa, com 142 deputados. As articulações foram comandadas pelos parlamentares Isnaldo Bulhões (AL), líder do MDB, e Baleia Rossi (SP), presidente do partido. O novo blocão será liderado pelo deputado Fábio Macedo (Podemos-MA).

O racha no Centrão impõe desafios a Lira dois meses depois da votação recorde que obteve na recondução à Presidência da Câmara — 464 votos, incluindo todos os partidos que estão agora na nova aliança.

O principal golpe foi a entrada do Republicanos no blocão do MDB e do PSD, que, com o PL, foi um partido próximo de Lira durante o governo Bolsonaro.

A entrada do Republicanos nessa aliança, por sinal, teria sido bem-vista pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por causa de uma eventual perda de poder de Lira e pela intenção do governo de atrair o partido para sua base.

No entanto, um acordo com Marcos Pereira — presidente do Republicanos — esbarra, principalmente, na presença e influência de deputados e senadores bolsonaristas, entre eles os senadores Hamilton Mourão (RS) e Damares Alves (DF).

Cumprimentos
Enquanto busca virar o jogo, Lira fez um aceno institucional à formação do bloco e cumprimentou os cinco partidos pela aliança.

“Parabenizo os líderes do Republicanos, PSD, PSC, Podemos e MDB pela formação do bloco para atuação na Câmara dos Deputados”, postou nas redes sociais. “Sempre defendi a unidade para reduzirmos o número de partidos, fortalecendo-os e dando à sociedade confiança no nosso sistema partidário”, acrescentou, com uma foto em que aparece com alguns líderes.

Antes mesmo da efetivação da aliança, Lira vinha atuando nos bastidores para formar um bloco maior, mas, sem a adesão do PL, vem encontrando dificuldades.

O deputado tentou acordo com o presidente do União Brasil, Luciano Bivar (PE), para a formação de uma federação com o PP, porém não teve sucesso. Agora, ele busca formar um bloco com o partido de Bivar. As duas legendas juntas têm 108 deputados.

Lira faz investidas, também, para atrair a federação PSDB/Cidadania, o Avante e o Patriota. Mira, ainda, siglas de esquerda, como PSB e PDT. No entanto, nenhuma das legendas quer, a princípio, entrar em um bloco com PSDB, Patriota e União Brasil.

Correio Braziliense