Soraia Thronicke sairá do União Brasil

Todos os posts, Últimas notícias

Soraya Thronicke vota em Mato Grosso do Sul – Foto: Reprodução/TV Morena

Em mais um capítulo da crise do União Brasil, a senadora Soraya Thronicke (União-MS) avalia sair do partido. Candidata à Presidência da República pela legenda em 2022, a parlamentar vive uma queda de braço pelo comando do diretório estadual do Mato Grosso do Sul. A aliados, Soraya já avisou que não fica no União na atual conjuntura.

A divergência acontece ao mesmo tempo em que cinco deputados da bancada da sigla do Rio e a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, pediram para Justiça Eleitoral para sair do partido.

Diferente dos parlamentares e da ministra, que é deputada licenciada, a senadora, como venceu uma eleição majoritária e não proporcional, pode sair da legenda sem precisar sem aval da Justiça.

Soraya é a atual presidente do União Brasil no Mato Grosso do Sul e tenta eleger um aliado para sucedê-la. O processo, contudo, é conturbado.

Opositores de Soraya dizem que, o momento da preparação para a escolha do comando do diretório, houve exclusão indevida de filiados, como a ex-deputada Rose Modesto. Modesto anunciou no final de 2022 que sairia do União, mas recuou e ficou no partido.

O ex-ministro da Saúde e ex-deputado Luiz Henrique Mandetta também faz parte do grupo adversário da senadora, embora não esteja entre os excluídos do diretório. Decisão da Justiça retomou a participação dos integrantes antes retirados pela senadora.

A parlamentar tem sido convidada por outras legendas desde a campanha presidencial, quando passou a se tornar mais conhecida. Ela teve uma reunião na última quarta-feira com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e reclamou do cenário atual do União Brasil.

Apesar disso, a parlamentar disse a aliados que não vai tomar nenhuma decisão no curto prazo e que antes vai esperar a disputa pelo diretório do Mato Grosso do Sul ser definida. Ela descarta se filiar ao PL de Jair Bolsonaro ou ao PT de do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse estar aberta a outras legendas. Um cenário também avaliado pela senadora é ficar um momento sem partido.

No caso do Rio de Janeiro, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner Carneiro, conhecido como Waguinho, já saiu da sigla e se filiou ao Republicanos. Como motivos para debandada, os insatisfeitos citam interferência do presidente nacional do União, Luciano Bivar, e do vice-presidente Antonio Rueda.

Os parlamentares reclamam que a direção nacional agiu para tirar o comando do partido no Rio de Waguinho e negociaram cargos no estado sem consultar os deputados. Hoje Waguinho é o presidente estadual do Republicanos. Assim como Soraya, o prefeito pode sair do União sem aval da Justiça e sem acordo com o partido.

O União Brasil surgiu após fusão do DEM, partido de direita que tradicionalmente foi oposição a Lula, com o PSL, legenda nanica comandada por Bivar que cresceu exponencialmente após ter filiado o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018. Posteriormente, Bolsonaro brigou com a antiga legenda e se desfiliou dela no final de 2019, antes de completar o seu primeiro ano de mandato como presidente.

Soraya e os deputados do Rio estão em lados opostos na guerra da legenda. A senadora é aliada de Bivar desde os tempos de PSL. A parlamentar ficou ao lado do dirigente quando ele entrou em conflito com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Por meio da ação em que pedem desfiliação, os deputados do Rio criticam a senadora e dissera que ela e Bivar “partiram para a recorrente estratégia antidemocrática, levada a cabo com o cancelamentos de filiação e exclusão de cargos partidários, com direito à voto, de seus opositores”.

Em nota divulgada na segunda-feira, Soraya reclamou que usaram indevidamente sua senha no sistema que gerencia o diretório estadual.

“Como presidente estadual de um partido, tenho um login e senha de acesso limitado à minha competência dentro do Mato Grosso do Sul para alimentar o sistema. Ao notar as alterações que não foram feitas por mim, imediatamente acionei a polícia para investigar a invasão do SGIP (Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias). Considerando a gravidade do caso, a investigação tramita sob sigilo”, disse a senadora.

O Globo