Um dos condenados por 8/1 é assaltante com 8 condenações

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Chastine Nobre, ex-PM do Paraná denunciado por atos de 8/1, acumula condenações por roubo
Imagem: Reprodução/Facebook

O paranaense Chastine Nobre, 54, foi um dos mais de 1,2 mil presos em frente ao quartel do Exército em Brasília após os atos de 8 de janeiro. Nobre é um ex-policial militar condenado pelo menos 8 vezes por roubo após deixar a corporação, em 1995.

O que aconteceu?

Chastine Nobre foi denunciado como um dos “incitadores” dos atos golpistas. Ele foi preso em 9 de janeiro e passou sete semanas na Papuda até ser solto em 28 de fevereiro. Nobre responde em liberdade em Cascavel (PR).

Nos últimos 30 anos, Nobre foi condenado por assaltos em 6 cidades do interior do Paraná. Segundo apurou o UOL, ele cumpriu mais de 20 anos de pena, mas foi solto em julho de 2020 após progredir de regime.

O ex-PM ainda não é réu no STF pelos atos golpistas. A Corte formou maioria para abrir processos contra os 100 primeiros denunciados e já marcou o julgamento de mais 200, mas o caso dele ainda não foi apreciado.

STF autorizou retirada de tornozeleira

O ministro Alexandre de Moraes autorizou, em 11 de abril, que Nobre retirasse temporariamente a tornozeleira eletrônica. A defesa pediu a suspensão do uso do equipamento porque o ex-PM foi hospitalizado para uma cirurgia de emergência.

Segundo a defesa, Nobre quebrou os dois pés ao cair de uma jaqueira, em 31 de março. Apesar da fratura, ele só foi internado uma semana depois, em 6 de abril, em um hospital universitário de Cascavel.

A defesa afirma que o ex-PM “é vendedor de frutas e verduras”. Em seu perfil no Facebook, Nobre não informava ter uma profissão, mas vinha fazendo anúncios de venda de purificadores de ar.

O UOL questionou à defesa o que Nobre foi fazer em Brasília em janeiro e por que ele só foi internado uma semana após quebrar os pés. A advogada Thalya Rezende Neves, que representa o ex-PM, preferiu não se manifestar.

“Cabe informar que o requerente é vendedor de verduras e frutas e nesse dia subiu em uma jaqueira que é uma árvore tropical de grande porte e acabou caindo e se lesionando” – Thalya Rezende Neves, em petição ao STF

Nobre foi preso pela 1ª vez quando ainda era PM

A PM do Paraná não deu detalhes sobre a passagem de Nobre pela corporação, mas confirmou que ele saiu em 1995. A primeira prisão dele, no entanto, foi em janeiro de 1993, segundo seu atestado de antecedentes criminais.

As duas denúncias mais antigas, de 1993, tratam de assaltos em Cascavel, cidade natal de Nobre. A partir de 2001, porém, ele também foi acusado de roubos em Maringá, Ponta Grossa e Londrina, além de municípios menores.

As quatro sentenças mais recentes, às quais o UOL teve acesso, tratam de assaltos à mão armada cometidos desde 2015. Dois deles foram em lotéricas e outros dois em agências dos Correios, segundo a Justiça.

No perfil de Facebook do ex-PM, não há nenhuma publicação contrária ao resultado das eleições. O único conteúdo alinhado às pautas bolsonaristas é um vídeo que ele compartilhou em defesa do tratamento precoce contra a covid-19.

UOL