Haddad pede aos EUA que ajudem Argentina

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Foto: ISSEI KATO/AFP

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu uma aproximação maior entre Brasil e Estados Unidos no encontro das autoridades financeiras do G7, em Niigata, no Japão, e aproveitou para levar a pauta da Argentina para a mesa de debates, dizendo que ajudar o país vizinho a se reerguer economicamente também se trata de uma questão “humanitária”.

Haddad foi convidado para o encontro das autoridades financeiras das sete maiores economias do mundo, embora o Brasil não integre o grupo. Hoje, ele se encontrou com a secretária de Tesouro dos EUA, Janet Yellen.

Janet Yellen não demonstrou resistência aos acordos de Brasil e China, disse o ministro: “Uma das coisas que a secretária deixou claro é que ela não faz nenhuma objeção aos acordos comerciais que o Brasil faz, com a aproximação do Brasil com a China, em relação às parcerias estabelecidas. Mas eu manifestei nosso desejo de nos aproximarmos mais dos Estados Unidos”, disse o ministro. Yellen destacou Brasil na presidência do G20 e disse ter objetivos comuns com o país. “Todos nós devemos fazer parcerias para lidar com os desafios globais que enfrentamos hoje, e o papel do Brasil nesses esforços globais será fundamental em sua presidência do G20 no próximo ano”. “Como amigos e importantes parceiros comerciais, buscamos aprofundar nosso relacionamento econômico”, completou, elogiando o que chamou de “progresso significativo do Brasil na modernização de seu sistema financeiro”.

Haddad disse ter feito um relato à secretária do Tesouro americano sobre a crise econômica na Argentina “por razões históricas que vinham se acumulando”, bem como as secas recentes, que afetaram as exportações. Ele também destacou a crise política no país e o avanço de pautas de extrema direita como consequência da crise econômica e citou a proximidade das eleições presidenciais argentinas, marcadas para ocorrerem em outubro deste ano. O ministro depois afirmou a jornalistas que Yellen “se surpreendeu” com o tema da Argentina, e se comprometeu a analisar as considerações. A intercessão brasileira em nome da economia argentina acontece semanas após o encontro entre Alberto Fernández e Lula no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o petista se comprometeu a trabalhar para convencer o FMI a “tirar a faca do pescoço” da Argentina. “A solução para Argentina passa pelo FMI”, destacou Haddad. Estamos muito preocupados com o que está acontecendo com a nossa vizinha Argentina. E uma das coisas que me traz ao G7, por recomendação do presidente Lula, é sensibilizar o G7 e o G20 para as condições específicas da Argentina nesse momento. Nós trazemos essa preocupação por uma questão humanitária bastante evidente”Fernando Haddad

Um impasse em Washington sobre o aumento do teto da dívida norte-americana ofuscou a reunião dos líderes financeiros do G7, elevando os temores de uma recessão nos Estados Unidos à medida que os bancos centrais buscam um pouso suave para a economia global. O presidente norte-americano, Joe Biden, sinalizou a chance de cancelar sua viagem para a cúpula do G7 na próxima semana se o impasse da dívida não for resolvido a tempo, alertando que o fracasso em aumentar rapidamente o limite dos empréstimos permitido pelo governo dos atuais US$ 31,4 trilhões pode levar a economia dos EUA à recessão. A crise da dívida dos EUA é uma dor de cabeça para o Japão, que neste ano é o presidente do G7 e o maior detentor mundial da dívida dos EUA.

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