Juristas criticam afastamento apressado de Appio
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Em entrevista ao UOL News, o jurista Vidal Serrano Nunes Júnior, professor de Direito da PUC-SP, disse que há uma necessidade de avaliação mais profunda das provas no caso de Eduardo Appio, juiz da Lava Jato afastado pelo TRF-4. Nesse caso, parece-me mais adequado haver uma avaliação mais concreta da prova e apurar isso com mais detalhamento e credibilidade, até para mostrar à opinião pública que houve uma operação. Depois, viria uma decisão um pouco mais refletida. Só se remove um juiz em casos excepcionalíssimos, com uma prova bastante contundente. Vidal Serrano Nunes Júnior, professor de Direito Constitucional de diretor a Faculdade de Direito da PUC-SP. Nunes Júnior comparou o caso de Appio ao de Sergio Moro e condenou as atitudes do hoje senador quando esteve à frente da Lava Jato. O jurista questionou as ações de Moro, sobretudo ao se tornar ministro da Justiça na gestão de Jair Bolsonaro, e ressaltou a questão do conflito de interesses.
É fato que o juiz que capitaneou a Lava Jato em um primeiro momento [Moro] se aliou a uma base política e determinou a prisão de um ex-presidente da República para depois ser ministro do oponente político. Isso é uma questão gravíssima. Na Justiça, mais do que suspeição, você deveria tutelar o conflito de interesses. Não posso ter pessoas julgando e, ao olhar para fora, ver conexões políticas de um lado ou de outro. Vidal Serrano Nunes Júnior, professor de Direito Constitucional e diretor da Faculdade de Direito da PUC-SP
Tales Faria avaliou que o afastamento de Eduardo Appio, novo juiz da Lava Jato, está relacionado a algo político. O colunista comparou o caso de Appio ao de Sergio Moro e avaliou que houve diferença de tratamento para os dois juízes por parte do TRF-4 É um absurdo. Nunca vi um caso como esse no Judiciário. Se o juiz fez mesmo o que se denuncia, é uma falta gravíssima e ele tem que ser punido com severidade. Agora, a perícia não teve um resultado peremptório, mas o TRF-4 afastou Appio e requisitou seus equipamentos. A TRF-4 não saiu com tanta presteza durante a Lava Jato, impedindo que Sergio Moro cometesse os erros que cometeu. Tem cheiro de coisa política nisso tudo. Tales Faria, colunista do UOL
Ao comentar o afastamento de Eduardo Appio pelo TRF-4, Wálter Maierovitch ressaltou o perfil “problemático” do novo juiz da Lava Jato, que se mostrou ser um “anti-Moro”. O colunista destacou que, caso sejam comprovadas as acusações contra Appio, as atitudes não combinam com o que se espera de um juiz. Ele começou se posicionando contra o Moro, fez várias trapalhadas e se precipitou em algumas coisas. Agora vem essa história, que é gravíssima. A Polícia Federal entrou em cena, tem perícia de exame de voz… Trata-se daquela categoria que chamamos na magistratura de juiz problemático. Além de meter os pés pelas mãos, ele extrapola e surpreende.Wálter Maierovitch, colunista do UOL