Alto Comando do Exército se envolveu com golpistas

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira (19), com base nas provas colhidas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que está clara a participação de militares de alta patente e da ativa numa tentativa de golpe de Estado. Para o chefe da pasta, não há “nenhuma dúvida” de que o Brasil vivenciou entre o fim da eleição de 2022 e o 8 de janeiro deste ano um projeto de golpe por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Havia um pequeno grupo de militares de alta patente, da ativa, participando de tentativa de golpe de Estado, de rasgar a Constituição e pisotear a democracia. É assim que classificamos esse acervo probatório“, afirmou em agenda no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio. “Esse extremismo de direita, a meu ver, foi derrotado. Há um clima político que permite que o governo do presidente Lula governe. Com dificuldades institucionais comuns na democracia, mas governe.”

No Guanabara, Dino assinou termos de cooperação com o governo estadual e acertou a entrega de 18 viaturas do Pronasci, armas e demais equipamentos de segurança, com investimento estimado em mais de R$ 4 milhões. Também anunciou a construção da Casa da Mulher Brasileira na capital do Rio, com custo de R$ 14 milhões, e a de duas novas penitenciárias por R$ 90 milhões. São recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública.

O governador Cláudio Castro (PL), que apoiou Bolsonaro na eleição, classificou o momento como “reunião de forças para combater nosso verdadeiro inimigo, que é a criminalidade”.

“É bom ter um ministro da Justiça que foi governador, porque ele sabe as agruras que os Estados passam”, disse o mandatário fluminense. Além dele, compareceram ao palácio secretários do ministério e autoridades do Rio, como o prefeito Eduardo Paes (PSD), aliado de Lula.

Depois do Guanabara, o ministro segue para Niterói, na região metropolitana, onde firmará parceria com a prefeitura um acordo de cooperação no âmbito do Centro Integrado de Segurança Pública de Niterói e lançará o edital para 63 cidades prioritárias do Pronasci, no valor de R$ 30 milhões, a fim de fomentar projetos de cultura voltados para a prevenção da violência.

Dino afirmou que as investigações sobre a morte da vereadora carioca Marielle Franco estão dando sinais positivos. No início do mandato do presidente Lula, a Polícia Federal (PF) firmou parceria com o Ministério Público do Estado para tentar achar o mandante do crime, que completou cinco anos em março. Segundo Dino, o caso é “prioridade absoluta” da PF no Rio.

“Temos a cada 15 dias reuniões para tratar do avanço das investigações. O que posso afirmar é que, decorridos cinco anos, toda a coleta de provas, toda a reconstituição que é possível está sendo feita, e temos no momento perspectivas positivas”, disse no Palácio Guanabara. “É claro que há detalhes sigilosos, mas continuo acreditando na solução desse caso, que é importante para o Brasil, não só para o Rio de Janeiro.”

Castro classificou o momento como “reunião de forças para combater nosso verdadeiro inimigo, que é a criminalidade”.

“É bom ter um ministro da Justiça que foi governador, porque ele sabe as agruras que os Estados passam”, disse o mandatário fluminense. Além dele, compareceram ao palácio secretários do ministério e autoridades do Rio, como o prefeito Eduardo Paes (PSD), que fez aceno ao governador: “Vemos aqui a República como tem que ser: Presidência da República, governo do Estado, Prefeitura. Aliás, ministro, essa é uma característica do Cláudio Castro com os prefeitos, independentemente de quem apoiou quem nas eleições.”

Valor Econômico